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Deputados querem liberar pré-campanha
Comissão de congressistas vai finalizar projeto de lei que também regulamenta prévias e valha para 2010
MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Uma comissão formada por
deputados de vários partidos
foi criada ontem para finalizar
o texto de um projeto de lei que
autoriza a pré-campanha e regulamenta prévias partidárias.
A intenção é que as regras já comecem a valer para as eleições
de 2010 e para isso elas precisariam ser votadas até setembro
na Câmara e no Senado.
Atualmente, a campanha oficial só pode ter início em julho
do ano eleitoral. O projeto, que
ainda está em fase de ajustes,
permitiria que os detentores de
cargos públicos participassem,
em qualquer época e sem problemas com a Justiça Eleitoral,
de entrevistas, programas ou
debates e comparecessem a encontros em ambientes fechados. Pelo texto, tudo tem de ser
bancado pelo partido.
O deputado Flávio Dino (PC
do B-MA), que foi designado
pelo presidente Michel Temer
(PMDB-SP) para a comissão
que vai ajustar a proposta, sugere ainda a permissão para divulgar material partidário destinado a discutir planos de governo. Integram a comissão deputados de PT, PMDB, DEM,
PSDB e PC do B, entre outros.
Outro ponto acordado ontem
é a regulamentação das prévias
partidárias com filiados e a sua
divulgação interna. Hoje não há
uma lei que trate do assunto,
mas em resposta à consulta feita pelo PSDB, o TSE (Tribunal
Superior Eleitoral) disse que o
partido tem autonomia para
realizar prévias partidárias sem
restrição de data e sem a participação de eleitores que não sejam filiados à sigla.
O texto trata ainda do uso da
internet nas campanhas. Pelas
normas vigentes, a propaganda
só é permitida no próprio site
oficial do candidato (com a terminação ".can"), a partir do início do período eleitoral.
A ideia é liberar o uso irrestrito da rede no período da propaganda eleitoral e permitir, a
qualquer tempo, aos apoiadores de partidos e candidatos se
manifestarem por meio de
blogs, redes sociais ou outros
aplicativos da internet, desde
que não se trate de propaganda
ilegal. Além disso, a rede poderia ser usada para doações de
campanha de pessoa física com
um limite a ser estabelecido.
Os deputados estudam ainda
limitar a ação do TSE em ano
eleitoral, determinando que o
tribunal só possa baixar instruções até o dia 5 de março do ano
da eleição, mesmo assim, ouvindo previamente, representantes dos partidos políticos.
O projeto consolida também
resoluções editadas pelo TSE,
como o tamanho permitido de
outdoors, o uso de camisetas do
candidato na votação e a realização de carreatas. Com acordo, o texto pode ir direto para
votação no plenário, pulando a
fase das comissões de mérito.
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