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Há 20 anos, o pepebista venceu disputa com Laudo Natel em SP
Maluf festeja convenção que o
indicou governador biônico
PATRÍCIA ANDRADE
da Reportagem Local
No melhor estilo "recordar é
viver", Paulo Maluf comemorou, ontem, o aniversário de 20
anos da convenção da Arena
que o indicou candidato ao Palácio dos Bandeirantes, abrindo
caminho para ele virar governador biônico de São Paulo (eleito
indiretamente).
Na festa organizada pelos convencionais de 1978, Maluf,
pré-candidato do PPB ao governo de São Paulo, lançou mão de
seu velho jeito de fazer política.
Cumprimentou um a um os
delegados reunidos no Palácio
das Convenções do Anhembi,
em São Paulo, lembrou detalhes
da vida de alguns, perguntou
pela família de outros. Distribuiu sorrisos e beijos.
Maluf venceu a convenção de
1978 por apenas 28 votos de diferença em relação a Laudo Natel, candidato que tinha as bênçãos do então presidente Ernesto Geisel e de seu sucessor, João
Batista Figueiredo.
Ontem, 280 delegados saudosistas de 78 fizeram uma homenagem a Maluf para lembrar a
tumultuada convenção arenista, que aconteceu na Assembléia
Legislativa paulista em clima
tenso, com direito a incêndio e
briga pela posse das urnas.
Empolgados, os antigos convencionais saudaram Maluf como o "verdadeiro precursor da
democracia brasileira".
Logo ao chegar ao Anhembi,
Maluf se sentiu em casa. Abraçou o convencional Rajia Sudahia, hoje com 69 anos.
"Aqui está o meu grande amigo Rajia Sudahia, delegado de
Dracena. Meu fiel escudeiro há
vinte anos", proclamou, arrancando aplausos de seu séquito.
Sudahia ficou emocionado.
Contou, cheio de orgulho, que
em 1978 conseguiu 17 votos para
seu "líder" na região de Dracena, cidade localizada a 645 Km
de São Paulo.
Em ritmo de campanha, Maluf
aproveitou a reunião para pedir
votos. Mirou o fundo do auditório e falou: "Estou vendo ali dona Maria Menghini, que foi minha delegada em 78. Tinha oito
filhos naquele tempo. Agora,
Maria, com seus netos, a senhora deve ter uns 50 votos para
Paulo Maluf."
Em seu discurso, Maluf bateu
forte no governo Mário Covas
(PSDB) e, de raspão, atingiu a
administração do presidente
Fernando Henrique Cardoso,
com quem esteve reunido anteontem.
"São Paulo e o Brasil estão caminhando com a velocidade de
um carro de boi, quando poderiam andar na velocidade de um
jato. A economia está estagnada.
Só em São Paulo há 1,5 milhão
de desempregados", discursou.
De quebra, criticou a CPMF, o
imposto do cheque. "Quando
eu for governador, não vou permitir aumento do imposto do
cheque para tapar rombo de
banqueiro desonesto, porque a
gente sabe que o dinheiro não
está indo para a saúde".
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