São Paulo, sexta, 5 de junho de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SUCESSÃO
Pressionado, deputado disse depois que partido fica com governo "até o fim"
Temer diz que PMDB está com FHC "por enquanto"

da Sucursal de Brasília

A expressão "por enquanto" quase provocou uma crise entre o PMDB governista e o presidente Fernando Henrique Cardoso depois de uma reunião no Palácio da Alvorada.
No final da manhã de ontem, o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), disse que o PMDB "continua, por enquanto, com o presidente Fernando Henrique".
Temer respondia a uma pergunta sobre prováveis entendimentos entre o seu partido e o PTB, que decidiu se afastar da candidatura FHC.
Cerca de quatro horas depois de dar essa resposta, Temer convocou um nova entrevista, dessa vez no seu gabinete, para explicar a declaração.
"Foi uma posição afirmativa", disse. Segundo o Dicionário Aurélio, por enquanto significa por hora e por agora.
Temer decidiu esclarecer a primeira entrevista, concedida enquanto se dirigia do elevador ao seu gabinete, depois que a declaração foi divulgada por agências de notícias.
O líder do PMDB na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA), que entrou no gabinete de Temer logo depois da primeira entrevista, foi o primeiro a cobrar explicações do presidente da Câmara.
Os líderes do partido no Senado, Jader Barbalho (PA), e do PFL na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE), também falaram com Temer sobre o "por enquanto".

Até o fim
"Em face da queda (de popularidade de FHC) nas pesquisas, pode parecer que estamos em posição dúbia. Não há dubiedade, há afirmação. Temos uma definição cabal (a favor de FHC) que queremos levar até o fim", afirmou Temer.
Segundo ele, na convenção deste mês, o PMDB deverá oficializar o apoio à reeleição de FHC.
Na reunião, foi feita uma análise da situação do partido em cada Estado. Constatou-se que deverá aumentar a diferença de votos pró-FHC na convenção.
O "por enquanto" não foi o primeiro deslize de Temer nesta semana.
Na última terça-feira, Temer defendeu que o governo poderia sacrificar "minimamente" o controle da inflação em favor de aumento dos investimentos na área social.
Ontem Temer disse que não é "estúpido" para defender a volta da inflação, mas repetiu a mesma idéia.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.