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PERFIL
Ligado a Dirceu, Pereira controlava os cargos
DA REDAÇÃO
O ex-secretário-geral do PT
Silvio José Pereira era o homem
que controlava os cargos do partido, assim como seu colega Delúbio Soares controlava o cofre.
Os dois, Delúbio e Pereira, são ligados ao ex-ministro José Dirceu. Todos integram o Campo
Majoritário -o grupo de Lula.
Pereira organizou a posse de
Lula em 1º de janeiro de 2003:
distribuiu 1 milhão de adesivos,
100 mil bandeiras, 100 mil viseiras, 100 mil ventarolas de papel e
160 mil lenços com a frase: "Eu
participei dessa mudança".
Após a posse, Pereira organizou a lista de todos os cargos federais no país e negociou sua
distribuição entre petistas e aliados. Embora não tivesse cargo
no governo, despachava regularmente no Palácio do Planalto.
Pereira começou a ganhar projeção no partido nas eleições de
2000, quando ocupava o cargo
de secretário nacional de Organização. Ele coordenou a comissão que redigiu o novo estatuto
do PT, que reduziu o poder das
tendências de esquerda e reforçou o domínio do Campo Majoritário: "O partido amadureceu,
e a nossa estrutura está caduca.
O estatuto representa o PT militante, do começo, não um partido aberto, como é hoje", disse. A
principal mudança foi a eleição
direta para as direções municipais, estaduais e nacional.
Em 2003, Pereira organizou
uma campanha de filiação em
massa ao PT, que visava aumentar suas receitas e diminuir o poder das tendências de esquerda e
defendeu a troca de Eduardo Suplicy por José Dirceu como candidato ao Senado em 2006.
Nesse mesmo ano, Pereira foi
um dos principais defensores da
expulsão dos dissidentes petistas: ele foi o autor da representação que deu origem ao processo
contra Heloísa Helena (AL),
João Fontes (SE), Babá (PA) e
Luciana Genro (RS). "O PT não
irá tolerar indisciplina nem oposição ao governo Lula. Quem
quer ser oposição tem que procurar outro caminho", disse.
A crítica aos grupos de esquerda era acompanhada por sua
complacência com os setores de
direita. Pereira defendeu a permanência do então governador
de Roraima, Flamarion Portela,
recém-filiado ao partido, apesar
de todas as acusações de desvio
de verbas. Em dezembro de
2003, afirmava que não havia
nada que desabonasse a conduta
de Flamarion -que acabou cassado pelo TSE. Em 2004, foi promovido a secretário-geral do PT.
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