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Mais sanguessugas serão acusados, diz procurador
Em depoimento, responsável pelo caso liga cerca de 60 parlamentares à máfia
Comissão aprova pedido de afastamento dos deputados Nilton Capixaba e João Caldas de seus cargos na Mesa Diretora da Câmara
ADRIANO CEOLIN
LEONARDO SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O procurador da República
no Mato Grosso Mário Lúcio
Avelar afirmou ontem, em reunião reservada da CPI dos Sanguessugas, que as investigações
sobre a máfia das ambulâncias
são suficientes para denunciar
à Justiça cerca de 60 parlamentares. A informação foi dada
ontem pelo deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA), um dos
integrantes da CPI.
A CPI ouviu o também o delegado da Polícia Federal Tardelli Boaventura, que comandou o inquérito do esquema.
Durante o depoimento de
Avelar e Boaventura, a CPI
aprovou requerimento pedindo ao presidente da Câmara,
Aldo Rebelo (PC do B-SP), o
afastamento dos deputados
João Caldas (PL-AL) e Nilton
Capixaba (PTB-RO) de seus
cargos na Mesa Diretora da Casa. Caldas nega irregularidade e
classificou como "política" a
decisão da CPI. Capixaba não
se manifestou.
Até agora, o Supremo Tribunal Federal autorizou a abertura de inquéritos contra 15 parlamentares, mas determinou
sigilo. Reservadamente, entretanto, os integrantes da CPI dizem que os nomes são praticamente os mesmos dos que aparecem como recebedores de dinheiro na contabilidade da Planam, suposta cabeça da máfia.
Além de Caldas e Capixaba,
os deputados federais listados
nos papéis da empresa como
beneficiários de R$ 990 mil são:
Teté Bezerra (PMDB-MT), Lino Rossi (PP-MT), Paulo Baltazar (PSB-RJ), Pedro Henry
(PP-MT), Paulo Feijó (PSDB-RJ), Fernando Gonçalves
(PTB-RJ), Benedito Dias (PP-AP), Iris Simões (PTB-PR),
Wanderval Santos (PL-SP),
Pastor Amarildo (PSC-TO) e
Cabo Júlio.
Contudo, dois parlamentares
que assistiram à explicação de
Avelar notaram uma parte do
texto que dizia que os parlamentares João Mendes (PSB-RJ), José Divino (PRB-RJ),
Jorge Pinheiro (PL-DF) e Paulo Baltazar (PSB-RJ) comprovadamente receberam a verba.
O Ministério Público Federal
já solicitou a abertura de mais
42 inquéritos, que devem ser
autorizados pelo STF, somando um total de 57 congressistas
investigados.
Planam
Luiz Antônio Trevisan Vedoin, filho do dono da Planam,
Darci José Vedoin, conseguiu
ontem liminar do STF que garante a ele o direito de ficar calado no seu depoimento, hoje.
Ontem, no depoimento conjunto à CPI, Boaventura e Avelar confirmaram que a fraude
chegou a ser operada também
no Ministério de Ciência e Tecnologia (na compra de unidades móveis para inclusão digital) e também houve tentativa
da quadrilha para burlar licitações relacionadas ao Fundo
Nacional de Desenvolvimento
da Educação, autarquia do Ministério da Educação.
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