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Sanguessugas são 57, afirma procurador
Ministério Público pede abertura de inquérito contra mais 42 parlamentares; 15 estão sob investigação
ADRIANO CEOLIN
LEONARDO SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O procurador da República
no Mato Grosso Mário Lúcio
Avelar afirmou ontem, em reunião reservada da CPI dos Sanguessugas, que as investigações
sobre a máfia das ambulâncias
são suficientes para denunciar
à Justiça cerca de 60 congressistas. "Os dados apresentados
revelam indícios do envolvimento de aproximadamente 57
parlamentares", disse o presidente da CPI, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ).
Além de Avelar, a CPI ouviu o
delegado da Polícia Federal
Tardelli Boaventura, que comandou o inquérito revelador
do esquema de compras de ambulâncias superfaturadas por
prefeituras com recursos de
emendas de parlamentares no
Orçamento. A investigação se
deu a partir de denúncia apresentada pelo procurador.
Na sessão, a CPI aprovou requerimento pedindo ao presidente da Câmara, Aldo Rebelo
(PC do B-SP), afastamento dos
deputados João Caldas (PL-AL) e Nilton Capixaba (PTB-RO) de seus cargos na Mesa Diretora, como antecipou a Folha. Os dois são os primeiros
deputados que a CPI confirma
estarem sob investigação. O
Supremo Tribunal Federal autorizou abertura de inquérito
contra 15 parlamentares, mas
determinou sigilo sobre as investigações, inclusive a CPI.
O Ministério Público Federal
solicitou abertura de mais 42
inquéritos, que devem ser autorizados pelo STF, somando
57 congressistas. "O sigilo ainda está preservado, mas surgiram indícios contundentes da
participação deles [Capixaba e
João Caldas ]", disse Biscaia.
Respectivamente segundo e
quarto-secretário da Mesa Diretora, Capixaba e Caldas constam do livro-caixa da Planam.
Segundo a planilha de pagamentos, os dois teriam recebido dinheiro da empresa.
Comandada pela família Trevisan-Vedoin, a Planam vencia
maior parte das licitações para
a venda de ambulâncias. A empresa é especializada em equipar unidades móveis de saúde.
A compra dos veículos era
feita por verba de convênios
entre as prefeituras e o Ministério da Saúde. A família Trevisan-Vedoin mantinha no gabinete do ministro da Saúde a
funcionária Maria da Penha Lino, que acelerava aprovação
dos convênios e garantia liberação de recursos.
Ontem, Boaventura e Avelar
confirmaram que o esquema
chegou a ser operado no Ministério de Ciência e Tecnologia
(em unidades móveis para inclusão digital) e que houve tentativa de burlar licitações relacionadas ao Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação
(vinculado ao Ministério da
Educação).
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