São Paulo, quinta-feira, 05 de julho de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Pesos e medidas

A mesma Mesa Diretora convocada às pressas para "corrigir falhas" no processo de Renan Calheiros (PMDB-AL) foi célere ao despachar Joaquim Roriz (PMDB-DF) para o Conselho de Ética. Os apelos do senador, que entrou na reunião para reiterar sua condição de "temente a Deus", não comoveram o colegiado, com o próprio Renan sentado à cabeceira.
Ontem, enquanto estudavam todos os cenários possíveis para a relatoria do caso Renan, os senadores chegaram sem dificuldade ao consenso de que o melhor nome para selar o destino de Roriz, que viria a renunciar poucas horas mais tarde, seria o de Demóstenes Torres (DEM-GO) -que justamente por sua rigidez foi vetado pela tropa de choque renanzista para relatar o processo do presidente da Casa.

Ah, bom... Nas justificativas a membros da Mesa ontem, Roriz alegou que o fax de sua fazenda pelo qual foi passada a nota fiscal da suposta compra da bezerra estava desprogramado, daí a data de 2005. E disse que Nenê Constantino lhe emprestava dinheiro, "mas cobrava juros".

Frente. Cristovam Buarque (PDT-DF) quer unir partidos "anti-rorizistas" para lançar um só candidato no Distrito Federal caso os suplentes de Roriz também renunciem.

Sempre rir. E-mail que circula entre os senadores pergunta qual é a semelhança entre Renan Calheiros, Bill Clinton e Cebolinha. Resposta: "Os três têm uma Mônica para lhes infernizar a vida".

Feira. O entra e sai no gabinete de Aloizio Mercadante (PT-SP), QG oficial do manejo da crise no Senado, começou às 9h e terminou às 19h. Os colegas reclamaram que não havia nada para comer além de algumas uvas e mexericas.

Sem fim 1. Enquanto Renan sangra, outra figura cumpre um calvário no Senado: Luiz Pagot, indicado para comandar o Dnit. Ontem, quando ele seria sabatinado na Comissão de Infra-Estrutura, o tucano Mário Couto (PA) decidiu pedir vistas.

Sem fim 2. Logo depois, o presidente da comissão, Marconi Perillo (GO), acionou o corregedor da Casa, Romeu Tuma (DEM-SP), para que analise se Pagot recebeu como funcionário do Senado -o que ele omitiu dos senadores.

De cima. Diagnóstico do governo sobre o fato de a Cultura não ter cumprido a ordem de Lula para cortar o ponto dos servidores parados: ali, a greve é fomentada pela cúpula do ministério.

Pastel de Belém. Frase de Lula, ao discorrer sobre os laços entre Brasil e Portugal: "Meu Silva não é inglês nem alemão. É português".

Marchand. Lula deu entrevista ontem no novo museu de arte contemporânea de Lisboa em frente a uma tela de Beatriz Milhazes. O comentário, depois, era que a cotação das obras da pintora do Rio vai subir em Portugal.

Catimba. No jantar do Mercosul, na semana passada, Lula pediu apoio para que a Copa de 2014 seja no Brasil. Kirchner reagiu com uma batida no peito, pontuando a rivalidade entre os vizinhos no futebol.

Rojão. Moreira Franco, nomeado ontem para uma das vice-presidências da CEF, demonstrou alívio ao encontrar Michel Temer, responsável por sua indicação: "Vem pra Caixa você também!", saudou.

Em perigo. Pesquisa realizada em Salvador mostra o prefeito João Henrique (PMDB) com 11% de intenção de voto, contra 25% de seu antecessor, Antonio Imbassahy (PSDB). O radialista Raimundo Varella (PTC) tem 29%.

Bem-casado. O prefeito de Mauá, Leonel Damo, pretende trocar o PV pelo PSDB. O convite foi feito pelo governador José Serra em junho, na festa de casamento da deputada estadual Vanessa Damo (PV), filha do prefeito.

Tiroteio

"O pecado original é o que há de menos grave num caso em que tudo é falso: do Conselho de Ética do Senado às desculpas dadas por Renan."


Do deputado LUIZ PAULO VELLOZO LUCAS (PSDB-ES) sobre o arrastado processo para apurar as denúncias contra o presidente do Senado.

Contraponto

Superlotação

Em recente reunião no Planejamento, um grupo de microempresários pedia ao ministro Paulo Bernardo que o governo amplie a abrangência do Supersimples.
-Se os impostos não baixarem já, vou me acorrentar a um poste em frente a este prédio!-, apelou um dos visitantes, na tentativa de ilustrar a gravidade do problema.
Paulo Bernardo, que naquele exato momento enfrentava um protesto de servidores federais em greve diante da sede do ministério, respondeu com bom humor:
-Infelizmente, o poste aqui da frente já está ocupado, mas por favor não se preocupe: daremos um jeito para o senhor se acorrentar lá no Ministério da Fazenda!


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