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Aliados lamentam decisão e membros do Conselho de Ética se dizem aliviados
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Mesmo com um plenário vazio e já sendo esperada, a renúncia de Joaquim Roriz causou impacto na Casa. Correligionários lamentaram a decisão, enquanto integrantes do
Conselho de Ética afirmaram
estar aliviados.
"Eu me sinto aliviado, como
membro do Conselho de Ética,
por não ter que me debruçar
sobre mais esse assunto", disse
o líder do PSDB, Arthur Virgílio
(AM). Ele minimizou os ataques de Roriz, que se queixou
da falta de apoio no Senado.
"Isso deve ser colocado mais na
conta de desabafo."
Integrante do partido que fez
a representação contra Roriz,
José Nery (PSOL-PA), disse
que estava constrangido. "Não
houve qualquer prejulgamento. Ele preferiu renunciar, não
confiou na investigação que seria feita, em que teria amplo direito de defesa. Não deixa de
nos causar constrangimento."
Adversário histórico de Roriz, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) preferiu não comentar a renúncia. "Não fico
alegre nesses momentos."
Responsável pela leitura da
carta de renúncia, Mão Santa
(PMDB-PI) lamentou a tarefa.
"Lamento ter de lê-lo, lamento
e sofro, como vai lamentar e sofrer o povo pobre de Brasília."
Aliado de Roriz, Wellington
Salgado (PMDB-MG) criticou o
Senado. "A Justiça vai julgá-lo
com todos os direitos que ele
tem, direitos que talvez nós não
déssemos a ele nesta Casa, pois
o conselho não sabe julgar porque não foi treinado para isso."
Roriz ligou para o senador
Mão Santa pedindo que a sessão não fosse encerrada antes
que sua carta de renúncia chegasse. Na presidência dos trabalhos, o senador Gilvam Borges (PMDB-AP) prorrogou o
tempo destinado ao discurso
do senador Eduardo Suplicy
(PT-SP), que falou durante 36
minutos sobre o renda mínima,
em debate com Salgado. Essa é
a principal bandeira política do
petista.
(FERNANDA KRAKOVICS)
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