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Indicado de Roriz na CEF é investigado por contrato
Tribunal do DF analisa caso de gestão de Carlos de Brito
SHEILA D'AMORIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Indicado pelo PMDB do senador Joaquim Roriz e nomeado, ontem, pelo presidente Luiz
Inácio Lula da Silva para vice-presidência de Pessoa Jurídica
da Caixa Econômica Federal, o
administrador de empresas
Carlos Antonio de Brito é investigado pelo Tribunal de
Contas do Distrito Federal. Há
suspeitas de irregularidades
num contrato de R$ 18 milhões
firmado na época em que ele
era diretor da Novacap - empresa do governo local responsável pela urbanização do DF.
Ligado a Roriz, Brito foi diretor de Administração da Novacap entre abril de 2002 e outubro de 2003, de onde saiu para
a diretoria de Controle e Planejamento do BRB (Banco Regional de Brasília), ainda na gestão
Roriz no governo do DF. O banco está no centro de investigações sobre desvios de dinheiro.
Brito ficou no BRB até abril
deste ano e integrou a equipe
de Tarcísio Franklin de Moura
-ex-presidente da instituição
preso na Operação Aquarela.
Um mês após Brito tomar
posse na Novacap, em dois de
maio de 2002, foi firmado um
contrato no valor de R$ 18 milhões com o ICS (Instituto
Candango de Solidariedade)
para realização de serviços como poda de grama, produção de
mudas e plantio de árvores.
O Tribunal de Contas considerou o contrato -originalmente firmado em 1999 e renovado sucessivamente com alguns adendos- irregular. De
1999 a 2006, os técnicos do tribunal estimam que os contratos movimentaram juntos R$
232,2 milhões.
Na avaliação do tribunal, o
convênio com o ICS sem licitação não se justificava e foi uma
forma de contratar servidores
indiretamente sem a realização
de concurso público. Além disso, considerou irregular a cobrança de taxa de administração de 9% do valor do contrato
paga pela Novacap ao ICS.
Depois de uma disputa jurídica que envolveu até o STF
(Supremo Tribunal Federal), o
tribunal chegou a pedir aplicação de multa máxima (R$
12,536 mil) para os executivos
da Novacap, incluindo Brito. O
valor não foi aplicado.
Defesa
Procurado pela Folha, Brito
não quis falar sobre o assunto,
mas enviou cópia da sua defesa
entregue em fevereiro, onde
ele nega irregularidades.
Diz que, como diretor da Novacap, seguiu determinação do
governo local e que não tinha
como se posicionar contra, já
que o parecer jurídico era favorável. Ele defende os contratos
dizendo que vários órgãos o faziam, que houve "avanços" no
DF e que não "há , pois, que se
questionar a legalidade da contratação do ICS para execução
de serviços inerentes à atividade pública".
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