São Paulo, quinta-feira, 05 de julho de 2007

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Ex-senador é investigado em seis inquéritos

FELIPE SELIGMAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Joaquim Domingos Roriz, 70, um dos mais influentes e controversos nomes da política brasiliense, entrou ontem para a galeria dos senadores do Distrito Federal cassados ou obrigados a renunciar ao mandato para não perder os direitos políticos por pelo menos oito anos -juntando-se a Luiz Estevão (cassado) e José Roberto Arruda (atual governador do DF, que renunciou).
Idolatrado por parte dos brasilienses, principalmente os de baixa renda das cidades-satélite, seu reduto político, a decisão da renúncia pode viabilizar uma rápida volta de Roriz à vida pública. Eleito para o Senado com quase 52% dos votos, ele já pensa em candidatura ao governo do DF, em 2010, de acordo com assessores.
Roriz nasceu em Luziânia (GO), distante 60 km de Brasília, onde iniciou sua vida política. Apesar de ser atualmente adversário dos petistas de Brasília, foi um dos fundadores do PT em Goiás.
Entre o final dos anos 70 e a metade dos anos 80, foi deputado estadual e federal por Goiás. Em 1988 foi nomeado, pelo então presidente Sarney, governador do Distrito Federal. Roriz iniciou sua política de distribuição de lotes no entorno da capital, atraindo milhares de migrantes.
Em 1990, Roriz foi reconduzido ao cargo de governador pelo voto popular, após passar pelo Ministério da Agricultura no governo Collor. Ganhou a fama de ser "populista" e "assistencialista", adjetivos que nunca renegou. Sempre que necessário, Roriz se utiliza da imagem de católico fervoroso e apela a Deus, como fez em discurso recente no Senado.
Em 1999, Roriz voltou ao governo do DF. Em 2002, foi reeleito. Ao mesmo tempo em que implantava programas assistencialistas, como distribuição de pão à população carente, Roriz se auto-intitulava "tocador de obras": implantou o metrô em Brasília, fez a ponte JK e sonhava em viabilizar um trem-bala entre Brasília e Goiânia. Os adversários denunciaram problemas em várias das obras, alegando superfaturamento e desvio de verbas.
Suas políticas controversas se transformaram, ao longo do tempo, em ações penais e inquéritos criminais. Teve 17 inquéritos arquivados. Atualmente, Roriz responde por seis inquéritos por crime contra a honra, segundo o livro "O que esperar do Novo Congresso", editado pelo site "Congresso em Foco" e pelo Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar).
Roriz também brigou com aliados. Nas eleições do ano passado, ele é identificado, em um áudio, chamando de "mentiroso, traidor e vagabundo" José Arruda.


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