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Ex-senador é investigado em seis inquéritos
FELIPE SELIGMAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Joaquim Domingos Roriz,
70, um dos mais influentes e
controversos nomes da política brasiliense, entrou ontem para a galeria dos senadores do Distrito Federal
cassados ou obrigados a renunciar ao mandato para
não perder os direitos políticos por pelo menos oito anos
-juntando-se a Luiz Estevão
(cassado) e José Roberto Arruda (atual governador do
DF, que renunciou).
Idolatrado por parte dos
brasilienses, principalmente
os de baixa renda das cidades-satélite, seu reduto político, a decisão da renúncia
pode viabilizar uma rápida
volta de Roriz à vida pública.
Eleito para o Senado com
quase 52% dos votos, ele já
pensa em candidatura ao governo do DF, em 2010, de
acordo com assessores.
Roriz nasceu em Luziânia
(GO), distante 60 km de Brasília, onde iniciou sua vida
política. Apesar de ser atualmente adversário dos petistas de Brasília, foi um dos
fundadores do PT em Goiás.
Entre o final dos anos 70 e
a metade dos anos 80, foi deputado estadual e federal por
Goiás. Em 1988 foi nomeado,
pelo então presidente Sarney, governador do Distrito
Federal. Roriz iniciou sua
política de distribuição de lotes no entorno da capital,
atraindo milhares de migrantes.
Em 1990, Roriz foi reconduzido ao cargo de governador pelo voto popular, após
passar pelo Ministério da
Agricultura no governo Collor. Ganhou a fama de ser
"populista" e "assistencialista", adjetivos que nunca renegou. Sempre que necessário, Roriz se utiliza da imagem de católico fervoroso e
apela a Deus, como fez em
discurso recente no Senado.
Em 1999, Roriz voltou ao
governo do DF. Em 2002, foi
reeleito. Ao mesmo tempo
em que implantava programas assistencialistas, como
distribuição de pão à população carente, Roriz se auto-intitulava "tocador de obras":
implantou o metrô em Brasília, fez a ponte JK e sonhava
em viabilizar um trem-bala
entre Brasília e Goiânia. Os
adversários denunciaram
problemas em várias das
obras, alegando superfaturamento e desvio de verbas.
Suas políticas controversas se transformaram, ao
longo do tempo, em ações
penais e inquéritos criminais. Teve 17 inquéritos arquivados. Atualmente, Roriz
responde por seis inquéritos
por crime contra a honra, segundo o livro "O que esperar
do Novo Congresso", editado
pelo site "Congresso em Foco" e pelo Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar).
Roriz também brigou com
aliados. Nas eleições do ano
passado, ele é identificado,
em um áudio, chamando de
"mentiroso, traidor e vagabundo" José Arruda.
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