|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Assembléia de SP tenta antecipar o recesso
Líderes governistas discutem enxugamento da pauta da Casa e início das férias dos deputados amanhã
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Sob protestos dos deputados
da base, os líderes governistas
na Assembléia Legislativa de
São Paulo se reuniram ontem
para discutir o enxugamento da
pauta e o início do recesso (férias) a partir de amanhã. Pela
proposta -sob medida para arrefecer o debate pela instalação
da CPI sobre a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano)-, os deputados da base abririam mão
da discussão de projetos individuais, com a promessa de que
sejam votados em agosto.
Segundo a proposta original,
seriam votados dois projetos de
interesse do governo -os que
criam a nota fiscal on-line e a
Secretaria de Pessoa com Deficiência-, além da LDO (Lei de
Diretrizes Orçamentárias) e
contas do governo passado. Depois, só em agosto.
Com a resistência imposta
pela oposição, foi fechado um
acordo para reduzir a pauta aos
dois únicos pontos sem os
quais a Alesp não pode parar: a
LDO e as contas do governo de
Geraldo Alckmin (PSDB), que
deverão ser votadas hoje.
O governo não aceitou e insiste na votação da nota fiscal
on-line. Caso o governo consiga
reverter a decisão, o recesso vai
ficar para a próxima semana.
"A pauta está muito pesada",
alegou o líder do PSDB, Mauro
Bragato, ele mesmo investigado sob a suspeita de recebimento de propina da FP, contratada para a construção de
casas populares em Presidente
Prudente (SP).
Segundo o presidente da Casa, Vaz de Lima (PSDB), a proposta foi uma produção "coletiva" e ainda ontem seria submetida aos deputados da base.
Já pela manhã, cinco horas
antes da reunião, o líder do governo, Barros Munhoz, defendia a idéia. "É difícil opinar sobre projetos de todos os deputados em tempo tão exíguo."
Ontem, Vaz de Lima enviou
ao presidente do Conselho de
Ética, Hamilton Pereira (PT),
despacho para realização de
apuração preliminar, prévia à
instauração de processo, para
investigar o envolvimento de
Bragato em irregularidades da
CDHU. PT e PSOL apresentaram requerimento para abertura de processo e Pereira determinou a convocação imediata
do conselho, que deve ser reunir amanhã. Mas reconheceu:
"Se entrarmos em recesso, teremos dificuldade para conseguir quorum". "Não podemos
encerrar o semestre sem pelo
menos a instalação da CPI", endossou Rui Falcão.
O governo, por sua vez, defende Bragato. Por intermédio
da assessoria, o chefe da Casa
Civil, Aloysio Nunes Ferreira,
disse que o caso "é exemplar
que tem que valer o princípio
constitucional da presunção da
inocência". "Está no sétimo
mandato como deputado e não
tem evolução patrimonial."
Texto Anterior: Para ministro, sigilo bancário protege crime Próximo Texto: PF prende oito na terceira fase da Operação Furacão Índice
|