São Paulo, sábado, 05 de julho de 2008

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Painel

guilherme.barros@uol.com.br

Sangue negro

A discussão sobre mudança nas regras para explorar petróleo na camada pré-sal gera divisão no PT. Depois que o ministro peemedebista Edison Lobão (Minas e Energia) aventou a possibilidade de criar empresa e legislação específicas para as novas jazidas, o senador Delcídio Amaral (PT-MS) subiu à tribuna e deu entrevistas para dizer que não há necessidade disso.
Em resposta, Aloizio Mercadante (PT-SP) diz ter recebido pedido de Dilma Rousseff para deixar claro que o governo vai, sim, mudar o marco. "A legislação foi criada prevendo risco. Mas, no caso do pré-sal, é bilhete premiado", afirma Mercadante. No entender de Delcídio, a posição da chefe da Casa Civil é de "cautela", diferentemente do que diz o colega.

Meu garoto. Lula gravou nesta semana uma entrevista televisiva para a Rede NGT SP, que será exibida hoje na região do ABC, na qual elogia seu "competente ex-ministro" Luiz Marinho e promete subir no palanque do candidato do PT à Prefeitura de São Bernardo do Campo.

Pão e água. Os deputados Walter Pinheiro (PT) e Lídice da Matta (PSB) formam a chapa dos não-agraciados com emendas. Levantamento no Siafi sobre os empenhos em emendas individuais mostra que, às vésperas do prazo final, o candidato a prefeito de Salvador e sua vice não tinham liberado nenhum centavo dos modestos R$ 2,83 milhões que apresentaram.

Navegador. Felipe Sigollo, que deixou a Subprefeitura de Vila Prudente, será o responsável pela agenda de campanha de Geraldo Alckmin (PSDB), tarefa que já havia desempenhado na eleição presidencial de 2006.

Informatizado. Outro ex-subprefeito, Fabio Lepique nega que tome nota dos tucanos instalados na prefeitura que recusaram convite para se engajar na campanha de Alckmin. E completa: "Não uso caderneta. Tenho laptop".

Última hora. Até ontem, os Tribunais Regionais Eleitorais haviam registrado apenas 172 candidaturas de prefeitos e 2.696 de vereadores em todo o país, segundo dados do TSE. O prazo expira hoje.

Day after. Em resposta ao relatório da CPI do Detran na Assembléia Legislativa, que isenta a governadora Yeda Crusius (PSDB) e seu secretariado, a bancada estadual do PT gaúcho preparou representações criminal e cível ao Ministério Público contra 40 pessoas e 11 empresas pelo esquema de fraudes no órgão.

Recuo. Para não perder dois votos decisivos à contabilidade da operação-abafa, o relator da CPI, deputado Adilson Troca (PSDB), foi pressionado a retirar um trecho, na página 123, no qual se diz que o esquema do Detran nasceu no "tempo de Olívio Dutra" (PT).

Deixa pra lá. Nos bastidores, deputados gaúchos diziam ontem que o tucano Troca até estaria disposto a pedir o indiciamento de alguns dos personagens do escândalo do Detran, ligados ao PP e ao PMDB, mas que acabou recuando a pedido da governadora, empenhada em recompor sua trincada base.

Durou pouco. Nem bem fez as pazes com o colega Pedro Simon (PMDB-RS), ao dar parecer favorável a um empréstimo do Banco Mundial ao Rio Grande Sul, Ideli Salvatti (PT-SC) resolveu acabar com a trégua. Na quarta-feira, convocou o presidente do Banrisul, Fernando Lemos, a depor na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Lemos chegou ao cargo por indicação de Simon.

Em armas. A magistratura gaúcha prepara protesto contra o indiciamento do juiz da Vara de Execuções Criminais de Porto Alegre, Fernando Cabral, na CPI do Sistema Carcerário da Câmara. Ele foi acusado de omissão diante de maus tratos a detentos.

Tiroteio

O empréstimo do Bird ainda nem saiu e a governadora já arrumou um jeito de gastar parte daquele dinheiro.


Do deputado estadual FABIANO PEREIRA (PT), presidente da CPI do Detran, sobre a proposta de reajuste de 143% no salário de Yeda Crusius (PSDB) em meio aos escândalos de desvios no governo gaúcho.

Contraponto

Nunca antes

Garibaldi Alves (PMDB-RN), dava posse ao suplente Casildo Maldaner (PMDB-SC), na terça-feira, quando foi interrompido por Eduardo Suplicy (PT-SP):
-Peço a palavra, pela ordem-, disse o petista.
Algo contrariado, o presidente do Senado assentiu.
-Quero dar as boas-vindas ao senador Maldaner.
-Concedo a palavra ao senador Suplicy e...
Ao que este novamente atalhou:
-Obrigado, mas eu já falei, presidente.
Surpreso, Garibaldi prosseguiu:
-Só isso? Passo a palavra então ao senador Maldaner. Aviso que isso é inédito em matéria de senador Suplicy...


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