São Paulo, domingo, 05 de agosto de 2001

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PAINEL

Relações cortadas
O empresariado paulista lançará na quinta-feira um manifesto rompendo relações com o governo FHC por ele não ter feito a reforma tributária prometida. O ato reunirá mais de 50 entidades do setor, entre elas Fiesp e a Ação Empresarial.

Aposta no futuro
No manifesto, os empresários de SP vão anunciar que passarão a dialogar apenas com os candidatos à sucessão de FHC. Para o setor, o governo está satisfeito com o atual sistema tributário, que arrecada muito, mas provoca falências e demissões.

Pressão total
A bancada do PMDB no Senado marcou para quarta-feira uma reunião com Jader Barbalho na casa de Ney Suassuna (PB). Oficialmente, os senadores querem ouvir o plano de defesa de Jader. Mas o real objetivo é forçar a renúncia do paraense.

Campo minado
Na quarta-feira seguinte, a bancada do PMDB vai fazer um debate entre os dois candidatos à presidência do partido: Itamar e Michel Temer. Na outra semana, a intenção é reunir Itamar e Pedro Simon, os dois postulantes à Presidência da República. Sempre na casa de Suassuna.

Céu de brigadeiro
A baixa rejeição a Lula nas últimas pesquisas entusiasmou o PT. "Pela primeira vez em quatro eleições o Lula consegue equilibrar as duas asas do avião: lidera a pesquisa e reduz a rejeição", comemora o prefeito de Aracaju (SE), Marcelo Déda.

Política no campus
O Centro Acadêmico XI de Agosto inicia amanhã série de debates entre presidenciáveis. Os primeiros convidados são Suplicy (PT) e Pedro Simon.

Verba secreta
O governo federal gastou R$ 14,9 milhões com serviços secretos do Exército e da Abin desde o início do primeiro mandato de FHC, em 95. Em 2001, o gasto já chega a R$ 1,9 milhão.

Canoa lotada
Eliseu Padilha (Transportes) vai levar membros do Tribunal Regional Federal (TRF) e procuradores de Brasília para visitar a hidrovia Araguaia-Tocantins entre amanhã e quarta. Há três ações judiciais no TRF contra a hidrovia, pedindo o fim da obra por danos ambientais e sociais.

Ouvidos moucos
O programa da viagem distribuído pelo Ministério dos Transportes prevê 15 horas de reuniões com defensores da hidrovia, incluindo um jantar com o governador de Tocantins, e apenas 45 minutos com líderes indígenas. O objetivo oficial é "elucidar as questões judiciais".

Problemas à vista
Os professores de universidades federais começaram na semana passada a campanha por aumento salarial. O Ministério da Educação já detectou greves em gestação no Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Língua solta
Em entrevista à revista dos peritos da Polícia Federal, o procurador Luiz Francisco de Souza disse que o governo não investe na PF porque tem medo da polícia. "Por isso, põe mordaça na polícia e tenta colocar uma no Ministério Público", declarou.

Bancada da bola
O PPS quer convencer o ex-jogador Sócrates a candidatar-se ao Senado pelo partido, tendo como suplente Paula, do basquete. Sócrates teria que deixar o PT, partido ao qual é filiado. Em troca, o PPS apoiaria José Genoino ao governo paulista.

Todos contra um
A Eletronorte apresentou projeto para a construção da Hidrelétrica Belo Monte, no Pará. É um complexo de sete barragens no rio Xingu (PA), que contraria indigenistas e ambientalistas. O custo, de R$ 10 bilhões, também assustou a equipe econômica.

TIROTEIO

Do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Rubens Approbato, sobre a ação aberta pelo Ministério Público para dar ao TCU poder de análise das contas da entidade:
- É estranho que queiram calar a OAB na hora em que a entidade está ativa e crítica. Já tentaram isso na época do regime militar. Mas agora vivemos um regime democrático de direito. A voz da liberdade sai da voz dos advogados.

CONTRAPONTO

Filho ingrato

Ex-deputado e ministro da Fazenda de Juscelino Kubitschek, José Maria Alkimin dizia ter uma memória prodigiosa, que ele usava para impressionar os eleitores. Afirmava ser capaz de guardar nomes inteiros e histórias familiares de pessoas com as quais havia estado poucas vezes.
Quando essa capacidade falhava, ele demorava a dar o braço a torcer e podia se irritar com quem apontasse o erro.
Um dia, no centro de Belo Horizonte, Alkimin encontrou um eleitor do interior a quem conhecera numa campanha.
Para mostrar intimidade, Alkimin perguntou como estava o pai do eleitor, chamando-o pelo nome.
O eleitor explicou que ele tinha morrido havia mais de dois anos. Alkimin, no entanto, não perdeu a pose:
- Está morto para você, que é um filho ingrato. Porque ele está bem vivo no meu coração!



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