|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
RORAIMA
Presidente da Assembléia assumirá porque TSE cassou Flamarion Portela
"Gafanhoto" deve virar governador
JAIRO MARQUES
DA AGÊNCIA FOLHA
Até que o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de Roraima decida
quem deverá assumir o cargo de
governador do Estado, por um
prazo de até 120 dias, o presidente
da Assembléia Legislativa, Mecias
de Jesus (PL), que segundo investigações da Polícia Federal é um
dos principais envolvidos no chamado "escândalo dos gafanhotos", deverá ocupar a vaga.
A Justiça eleitoral roraimense
ainda espera o comunicado da
cassação do governador Flamarion Portela, que pediu afastamento do PT, por parte do TSE
(Tribunal Superior Eleitoral), para instalar um procedimento que
vai definir quem será o Estado até
a próxima eleição.
Ottomar Pinto (PTB), que ficou
em segundo lugar no pleito de
2002 poderá ser diplomado. Há
também a possibilidade de ser
convocada nova eleição.
"No caso de não haver um efeito
suspensivo do acórdão do TSE, o
cargo de governador será declarado vago e quem assume, por um
prazo de 120 dias, é o presidente
da Assembléia Legislativa, que ficará em exercício até que o TRE
decida quem assume a vaga", afirmou o presidente do TRE-RR, desembargador Mauro Campello.
Segundo as apurações da Polícia Federal, que compunha uma
força-tarefa com os ministérios
públicos Federal e Estadual, Mecias de Jesus está diretamente ligado ao chamado "escândalo dos
gafanhotos", uma fraude na folha
de pagamento do Estado em que
pessoas eram arregimentadas por
diversas autoridades e colocadas
na lista de funcionários do Estado
com direito a receber salários dos
cofres públicos (os gafanhotos
que comiam a folha).
O golpe gerou, segundo as investigações, um rombo de pelo
menos R$ 230 milhões em quatro
anos. De acordo com os trabalhos
da PF, Jesus mantinha pelos menos 34 "gafanhotos" que repassavam parte ou a totalidade de seus
salários a dois procuradores ligados a ele. Apenas em 2002, o esquema envolvendo o parlamentar
movimentou R$ 500 mil, conforme levantamentos da polícia e da
Procuradoria da República.
Mecias de Jesus não dá declarações à imprensa sobre as acusações e limita-se a dizer que está se
defendendo na Justiça. Atualmente, a investigação está no STJ
(Superior Tribunal de Justiça).
Reeleito pelo PSL e posteriormente filiado ao PL, Jesus é um
dos principais aliados de Flamarion Portela, que também é suspeito de participação no esquema
dos gafanhotos. Ele nega a acusação de envolvimento no caso.
Texto Anterior: Investigação: PF reabrirá apuração da morte de Toninho do PT Próximo Texto: Flamarion sofre revés ao buscar apoio no Planalto Índice
|