São Paulo, sexta-feira, 05 de agosto de 2005

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Dirceu diz não lembrar de reunião

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A assessoria de José Dirceu afirmou ontem que o ex-ministro da Casa Civil não pode dizer com certeza se o empresário Marcos Valério de Souza participou da audiência na Casa Civil com o Banco Espírito Santo, em janeiro deste ano.
Dirceu confirma que teve o encontro com o dono do banco, Ricardo Espírito Santo e diz que Valério "pode ter estado" entre os que o acompanhavam. "O melhor seria perguntar sobre a presença de Valério ao dono do banco", disse um assessor do petista.
Segundo o assessor, Dirceu teve cerca de 7.000 audiências nos 30 meses em que esteve na Casa Civil e que seria impossível lembrar em detalhes de cada uma delas.
O banco Opportunity e a Previ, principais acionistas da Telemig, afirmaram ontem desconhecer a versão apresentada por Marcos Valério de que teria viajado a Lisboa para negociar a conta de propaganda da empresa, caso a Portugal Telecom viesse a comprá-la.
Na quarta-feira, o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) disse que Valério, por orientação do ex-ministro José Dirceu, teria ido a Lisboa negociar com executivos da Portugal Telecom repasse de recursos para pagar de campanhas do PT e do PTB.
Em nota, o Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas, negou ter enviado Valério à Europa e disse que nenhum profissional contratado para organizar o leilão de venda da Telemig foi a Portugal tratar do assunto.
Sérgio Rosa, presidente da Previ (fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, que tem parte da Telemig), disse que soube do assunto pela imprensa.
Jefferson disse que Dirceu teria facilitado o acesso dos executivos da Portugal Telecom ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em outubro de 2004, Lula recebeu no Planalto o presidente da Portugal Telecom, Miguel Horta e Costa.
A Presidência divulgou nota dizendo que a visita de Horta foi para tratar de investimentos no Brasil, e negando que Marcos Valério tenha sido enviado como emissário da Presidência da República, ao contrário do que o ex-ministro português António Mexia afirmara a um jornal no mês passado.
A Portugal Telecom negou que seus executivos tenham se reunido com Valério. Em nota distribuída ontem, o Grupo Espírito Santo informou que não tem nenhuma relação com Valério e que não financia partidos políticos.


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