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Presidente diz que faz pressão para juro baixar
YALA SENA
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM TERESINA
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva disse, na manhã de ontem,
em encontro com sindicalistas em
Teresina, que a equipe econômica
tem adotado uma política "linha
dura" e que ele faz pressão para
que os juros venham a baixar, segundo relataram os participantes.
A reunião, com 25 sindicalistas
e representantes de movimentos
populares no Piauí, ocorreu a
portas fechadas. De acordo com
os participantes da reunião, Lula
disse que a taxa de juros irá baixar
o mais "breve" possível.
Os sindicalistas, na sua maioria
petistas, reclamaram que o presidente se afastou dos movimentos
populares e pediu mudanças na
política econômica do país. O governador do Piauí, Wellington
Dias (PT), também participou do
encontro com os sindicalistas.
O presidente da CUT (Central
Única dos Trabalhadores) do
Piauí, João de Moura Neto, disse
que o presidente fez uma análise
do cenário econômico e apontou
a possibilidade de em "breve" a
taxa de juros ter uma queda. "Ele
disse que as taxas de juros irão
cair e fez um comparativo, explicando que, mesmo com a taxa Selic [taxa de juros fixada pelo BC]
no valor que está [19,75% ao ano],
o país está crescendo."
Na reunião, os sindicalistas entregaram uma pauta de reivindicações a Lula. Eles querem que o
governo estreite laços com os movimentos sociais, estabeleça negociações concretas com o movimento sindical, realize mudanças
na política econômica e que exclua do governo os setores conservadores. "Defendemos que os
movimentos sociais sejam valorizados e que, no processo de construção da cidadania, não haja espaço para a corrupção", disse
João de Moura.
O coordenador nacional do
MST no Piauí, Claudiomir Vieira,
disse que o movimento faz um
"apoio crítico" ao governo e pede
mudanças na política de juros e
econômica. "O Lula admitiu que
tem dificuldade de mudar a política econômica, mas afirmou que a
inflação, o câmbio e a performance da balança comercial são fatores favoráveis para a baixa dos juros", afirmou Claudiomir.
Corrupção
Sindicalistas que participaram
de reunião a portas fechadas com
Lula, em Teresina, relataram que
o presidente disse que não vai ser
fácil punir antigos companheiros
do PT envolvidos em corrupção.
Lula teria dito que, mesmo com
a decepção que as suspeitas de
corrupção possam ter provocado
nos eleitores do PT, a eventual
confirmação das denúncias "vai
sangrar mais no PT do que na população", segundo relatou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência,
Inácio Schuck, que participou da
reunião representando os servidores em greve.
Schuck disse que o presidente
reafirmou sua posição de ser "implacável" no combate a corrupção, defendeu a punição dos culpados e disse que não vai poupar
ninguém. "O Lula fez um discurso
mais como sindicalista do que como presidente", disse Schuck.
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