São Paulo, sexta-feira, 05 de agosto de 2005

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Presidente diz que faz pressão para juro baixar

YALA SENA
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM TERESINA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, na manhã de ontem, em encontro com sindicalistas em Teresina, que a equipe econômica tem adotado uma política "linha dura" e que ele faz pressão para que os juros venham a baixar, segundo relataram os participantes.
A reunião, com 25 sindicalistas e representantes de movimentos populares no Piauí, ocorreu a portas fechadas. De acordo com os participantes da reunião, Lula disse que a taxa de juros irá baixar o mais "breve" possível.
Os sindicalistas, na sua maioria petistas, reclamaram que o presidente se afastou dos movimentos populares e pediu mudanças na política econômica do país. O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), também participou do encontro com os sindicalistas.
O presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores) do Piauí, João de Moura Neto, disse que o presidente fez uma análise do cenário econômico e apontou a possibilidade de em "breve" a taxa de juros ter uma queda. "Ele disse que as taxas de juros irão cair e fez um comparativo, explicando que, mesmo com a taxa Selic [taxa de juros fixada pelo BC] no valor que está [19,75% ao ano], o país está crescendo."
Na reunião, os sindicalistas entregaram uma pauta de reivindicações a Lula. Eles querem que o governo estreite laços com os movimentos sociais, estabeleça negociações concretas com o movimento sindical, realize mudanças na política econômica e que exclua do governo os setores conservadores. "Defendemos que os movimentos sociais sejam valorizados e que, no processo de construção da cidadania, não haja espaço para a corrupção", disse João de Moura.
O coordenador nacional do MST no Piauí, Claudiomir Vieira, disse que o movimento faz um "apoio crítico" ao governo e pede mudanças na política de juros e econômica. "O Lula admitiu que tem dificuldade de mudar a política econômica, mas afirmou que a inflação, o câmbio e a performance da balança comercial são fatores favoráveis para a baixa dos juros", afirmou Claudiomir.

Corrupção
Sindicalistas que participaram de reunião a portas fechadas com Lula, em Teresina, relataram que o presidente disse que não vai ser fácil punir antigos companheiros do PT envolvidos em corrupção.
Lula teria dito que, mesmo com a decepção que as suspeitas de corrupção possam ter provocado nos eleitores do PT, a eventual confirmação das denúncias "vai sangrar mais no PT do que na população", segundo relatou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência, Inácio Schuck, que participou da reunião representando os servidores em greve.
Schuck disse que o presidente reafirmou sua posição de ser "implacável" no combate a corrupção, defendeu a punição dos culpados e disse que não vai poupar ninguém. "O Lula fez um discurso mais como sindicalista do que como presidente", disse Schuck.


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