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SENADO
Ex-presidente do banco depõe
Presidência do Banpará desconhecia cheques
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O corregedor do Senado, Romeu Tuma (PFL-SP), afirmou ontem, em Belém, que parte dos
cheques administrativos que saíram do Banpará (Banco do Estado do Pará), entre fevereiro de 84
e março de 85, não passou pela
presidência do banco.
A subcomissão do Conselho de
Ética do Senado investiga a possibilidade de 13 cheques administrativos do banco, no valor de R$
3 milhões (atualizados), terem sido desviados para a conta do presidente licenciado do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA).
Ontem, segundo dia de depoimentos em Belém, a subcomissão
ouviu Nelson Ribeiro, ex-presidente que dirigiu o banco quando
parte dos cheques saíram.
Segundo Romeu Tuma, o depoimento de Ribeiro foi esclarecedor. "Descobrimos que havia
um esquema (no Banpará) em
que cheques administrativos não
passavam pela presidência do
banco, quando deveriam passar."
Nelson Ribeiro explicou que os
cheques saíram do Banpará por
meio de um esquema que ele desconhecia e teriam ido parar na
conta de Jader. "Só tomei conhecimento desse esquema depois
que a imprensa noticiou".
Ribeiro disse na subcomissão
que ele não era o escolhido de Jader para presidir o Banpará. "Jader queria outro nome, de sua
confiança, mas o Banco Central
teria rejeitado a indicação inicial
por conta de antecedentes em irregularidades", afirmou Ribeiro.
Pedido retido
O senador Jefferson Péres
(PDT-AM) está convencido de
que Jader tentou barrar as investigações do Conselho de Ética sobre desvios no Banpará.
A suposta manobra de Jader será o principal argumento da comissão constituída para investigá-lo para propor abertura de
processo de cassação contra ele. O
relatório da comissão será entregue ao presidente do Conselho de
Ética, Geraldo Althoff (PFL-SC),
no próximo dia 10.
O secretário-geral da Mesa, Raimundo Carreiro, confirmou em
ofício entregue ontem a Péres que
Jader reteve no gabinete da presidência do Senado o requerimento
que requisitava ao BC todos os relatórios de investigações sobre as
irregularidades do Banpará.
""Ficou claro que o requerimento foi retido na presidência, retardando a apuração. Em princípio,
a responsabilidade é do presidente [Jader], o que configura abuso
de prerrogativa", disse Péres.
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