|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CAMPANHA
Vice na chapa de Ciro, que abriu o seu sigilo bancário, chamou a chefa da controladoria de "ministra da corrupção"
"Serra tenta me destruir", afirma Paulinho
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
Investigado por supostas irregularidades durante sua gestão na
Força Sindical, Paulo Pereira da
Silva, o Paulinho, acusou ontem o
presidenciável José Serra (PSDB)
de promover "armações políticas" para tentar "destruir" a candidatura de Ciro Gomes (PPS), de
quem é vice na disputa.
Paulinho criticou duramente os
responsáveis pelas investigações
-uma movida pelo Ministério
Público Federal e outra pela Controladoria Geral da União. Disse
que Anadyr de Mendonça Rodrigues, ministra-chefe da controladoria, é a "ministra da corrupção"
e que o procurador Célio Vieira
da Silva atua a "mando de alguma
candidatura".
"O candidato do governo quer
ganhar de qualquer jeito. Já destruiu outras pessoas e agora quer
me destruir", disse o sindicalista,
após entregar à Procuradoria da
República, por iniciativa própria,
cópia de seu Imposto de Renda de
2001 e declaração autorizando a
quebra de seu sigilo bancário.
Segundo ele, as acusações são
"mentirosas". "Para atender à
candidatura oficial, querem
transformar Ciro num monstro e
a mim num corrupto."
Ataques
Anadyr reprovou anteontem a
prestação de contas da Força, no
período em que foi presidida por
Paulinho, por má aplicação dos
R$ 38 milhões que recebeu da
União para treinar trabalhadores.
"Isso não existe", desqualificou
Paulinho. "Dona Anadyr foi indicada para ser ministra da corrupção. Ela só serviu para empurrar
para debaixo do tapete a corrupção do governo Fernando Henrique. Instrumento para intimidar
e para criar problemas para outras candidaturas, ela está a serviço do candidato oficial."
Em uma carta à imprensa, a
Frente Trabalhista (PPS-PTB-PDT) acusou Anadyr de, "de forma irresponsável e leviana, soltar
ao vento "suspeitas" vagas".
Na esfera da Procuradoria, há
quase um ano a Força é investigada por suposta compra superfaturada de fazenda em Piraju (interior de São Paulo). Segundo o Ministério Público, seis meses antes
de vender a área por R$ 2,3 milhões, o antigo proprietário pagou
R$ 173 mil por 187 alqueires.
"A Força nunca comprou fazendas", disse Paulinho, intimado a
comparecer amanhã à Procuradoria para depor. A Polícia Federal foi acionada para acompanhá-lo ao órgão, caso falte.
Outro lado
O procurador Vieira da Silva
não comentou as insinuações. "Só
comento temas jurídicos. De política não entendo nada. Investigo a
compra da fazenda há cerca de
um ano e quero ouvir Paulinho."
A Associação Nacional dos Procuradores da República divulgou
nota repudiando as acusações.
Anadyr também as negou, em
Curitiba. "Nenhuma dessas acusações têm procedência. A controladoria não tem atuação política, é um órgão técnico." Sobre a
possibilidade de vir a ser questionada pela Força na Justiça, disse
que "o acesso ao Judiciário é livre". Segundo ela, a fiscalização
sobre as verbas destinadas a São
Paulo foi planejada no início do
ano, "época em que não havia
qualquer indicação sobre candidaturas".
Colaborou a Agência Folha, em Curitiba
Texto Anterior: Grafite Próximo Texto: Ciro recebe passagens e adesivos em jantar Índice
|