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Ciro recebe passagens e adesivos em jantar
ANDRÉA MICHAEL
EM SÃO PAULO
GABRIELA ATHIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
O candidato a presidente Ciro
Gomes (PPS) participou ontem
do quarto jantar de arrecadação
de fundos para sua campanha.
Saldo parcial: aluguel de 40 carros, 12 mil metros de adesivos e
passagens da Varig.
A contabilidade é do organizador, Flavio Luiz Aronis, da Projeto- empresa de sistemas de inteligência e automação de prédios.
"Voto em Ciro por uma opção
ideológica, sem qualquer outro
interesse", disse Aronis.
As passagens foram oferecidas
por Roberto Macedo, diretor comercial da Varig. A assessoria de
imprensa da empresa negou a
doação. A lei proíbe concessionárias de serviços públicos -como
as empresas de aviação- de colaborar com campanhas eleitorais.
Metade dos 87 presentes -a lista tinha 120 nomes- é da comunidade judaica de São Paulo.
Segundo o anfitrião, também
houve doações em dinheiro, cujo
montante ele não soube precisar.
Os cheques nominais foram entregues a Lúcio Gomes, irmão do
presidenciável que integra o comitê financeiro da campanha. A
expectativa era arrecadar entre R$
600 mil e R$ 700 mil.
Como não havia sistema de som
nem bancada especial, Ciro falou
durante quase uma hora equilibrando-se em cima de um banco.
Diante de uma platéia formada
basicamente por empresários do
setor produtivo, disse que os juros
"não cairão do dia para a noite".
No entanto, comprometeu-se a
fazer um governo "primordialmente parceiro da iniciativa privada" -parceria cujo objetivo seria dar aos empresários condições
competitivas de financiamento.
Imagem de "anti"
O construtor Paulo Kauffman
pediu a Ciro esclarecimentos sobre uma carta divulgada na internet na qual o candidato teria afirmado que Israel comete "terrorismo de Estado". Ciro disse que o
documento é falso e que faz parte
de uma campanha visando associá-lo a imagem de "anti" -negro, pobre, feminista e semita.
O deputado federal Luiz Antônio Fleury Filho (PTB-SP), que fez
da segurança pública o mote de
sua campanha, usou da palavra
para dizer que o presidenciável
José Serra (PSDB) está cometendo "desonestidade intelectual".
Segundo Fleury, ele é o autor de
pelo menos duas propostas encampadas por Serra: a criação do
ministério da Segurança Pública e
a aplicação de pena em dobro para autores de crimes cometidos
com a participação de menores.
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