São Paulo, quinta-feira, 05 de setembro de 2002

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Ciro recebe passagens e adesivos em jantar

ANDRÉA MICHAEL
EM SÃO PAULO

GABRIELA ATHIAS
DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato a presidente Ciro Gomes (PPS) participou ontem do quarto jantar de arrecadação de fundos para sua campanha. Saldo parcial: aluguel de 40 carros, 12 mil metros de adesivos e passagens da Varig.
A contabilidade é do organizador, Flavio Luiz Aronis, da Projeto- empresa de sistemas de inteligência e automação de prédios.
"Voto em Ciro por uma opção ideológica, sem qualquer outro interesse", disse Aronis.
As passagens foram oferecidas por Roberto Macedo, diretor comercial da Varig. A assessoria de imprensa da empresa negou a doação. A lei proíbe concessionárias de serviços públicos -como as empresas de aviação- de colaborar com campanhas eleitorais.
Metade dos 87 presentes -a lista tinha 120 nomes- é da comunidade judaica de São Paulo.
Segundo o anfitrião, também houve doações em dinheiro, cujo montante ele não soube precisar. Os cheques nominais foram entregues a Lúcio Gomes, irmão do presidenciável que integra o comitê financeiro da campanha. A expectativa era arrecadar entre R$ 600 mil e R$ 700 mil.
Como não havia sistema de som nem bancada especial, Ciro falou durante quase uma hora equilibrando-se em cima de um banco. Diante de uma platéia formada basicamente por empresários do setor produtivo, disse que os juros "não cairão do dia para a noite". No entanto, comprometeu-se a fazer um governo "primordialmente parceiro da iniciativa privada" -parceria cujo objetivo seria dar aos empresários condições competitivas de financiamento.

Imagem de "anti"
O construtor Paulo Kauffman pediu a Ciro esclarecimentos sobre uma carta divulgada na internet na qual o candidato teria afirmado que Israel comete "terrorismo de Estado". Ciro disse que o documento é falso e que faz parte de uma campanha visando associá-lo a imagem de "anti" -negro, pobre, feminista e semita.
O deputado federal Luiz Antônio Fleury Filho (PTB-SP), que fez da segurança pública o mote de sua campanha, usou da palavra para dizer que o presidenciável José Serra (PSDB) está cometendo "desonestidade intelectual".
Segundo Fleury, ele é o autor de pelo menos duas propostas encampadas por Serra: a criação do ministério da Segurança Pública e a aplicação de pena em dobro para autores de crimes cometidos com a participação de menores.



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