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Em 2008, União poderá contratar até 56 mil
Autorização de acréscimo de pessoal, prevista no projeto de Orçamento, é a segunda maior desde o 1º mandato de Lula
Pela primeira vez desde o início da década de 90,
a quantidade de pessoas que ingressou no serviço público superou a de saídas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O projeto de Orçamento de
2008 dá à União a segunda
maior autorização anual para
contratações de servidores e
dirigentes desde o primeiro
mandato do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva.
O texto, que ainda pode ser
modificado pelo Congresso,
permite nomeações, admissões
e contratações de até 56,3 mil
pessoas nos três Poderes, 40
mil delas no Executivo. Os números só são inferiores aos de
2004, quando o primeiro Orçamento elaborado pelo administração petista falava em 70 mil
novas contratações, das quais
41,1 mil no Executivo.
Embora a quantidade efetiva
de servidores incorporados ao
quadro de pessoal sempre seja
inferior aos tetos estipulados
na lei orçamentária, os números confirmam que a expansão
deliberada da máquina administrativa, uma das políticas
mais polêmicas do governo Lula, não foi encerrada em seu
primeiro mandato.
Crescimento
No período de 2003 a 2006,
57,9 mil funcionários ingressaram nos ministérios, nas autarquias e nas fundações federais
por concurso público, enquanto o número de ocupantes de
cargos de confiança aumentou
em exatos 1.423 -tudo somado, pouco menos da metade das
123,8 mil contratações autorizadas pelos Orçamentos aprovados no período.
Pela primeira vez desde o início da década de 90, a quantidade de ingressos no serviço público superou as saídas por
morte, aposentadoria, demissão e outros motivos.
O quadro teve aumento de
42,8 mil funcionários de carreira, interrompendo o processo
de enxugamento conduzido pelos governos de Collor, Itamar e
Fernando Henrique.
Trata-se de uma iniciativa
deliberada: o governo, que tem
o funcionalismo público como
uma das principais bases políticas do PT, considera insuficiente a estrutura do Estado, na
qual estão abrigados, ao todo,
659,8 mil funcionários civis e
um número variável de militares -eram 423,8 mil em janeiro, último dado disponível.
O exemplo mais recente da
visão governista foi dado no
mês passado pelo economista
Márcio Pochmann, que, ao assumir a presidência do Ipea
(Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), considerou o
Estado "raquítico" e despreparado para o papel de coordenar
o desenvolvimento do país.
Reajustes
Conforme a Folha noticiou,
porém, a principal razão do aumento dos gastos com pessoal
nos últimos anos não foi o aumento do quadro, mas sim os
reajustes salariais acima da inflação concedidos a todas as
carreiras, em percentuais bem
superiores aos padrões da iniciativa privada.
Essas despesas, que haviam
perdido peso no Orçamento da
União devido à aceleração da
inflação no final do governo
FHC e no início do governo Lula, sobem continuamente como proporção do PIB (Produto
Interno Bruto) desde 2005.
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