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Governo, polícia e empresas têm equipamento
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Mais poderoso instrumento de grampo disponível hoje no mercado, as
maletas de interceptação
se espalharam pelo país.
Órgãos federais, polícias e
empresas de espionagem
têm hoje o aparelho apontado como responsável pelo descontrole das escutas.
O Ministério da Justiça
gastou em 2007 mais de
R$ 1,3 milhão para comprar dois exemplares, um
pela Senasp (Secretaria
Nacional de Segurança
Pública) e um pelo Depen
(Departamento Penitenciário Nacional). Mas, segundo a pasta, as maletas
não são usadas para interceptação, só para rastrear
e bloquear sinais.
Em dezembro de 2007,
o Depen pagou R$ 655 mil
a Affair System Telecomunicações por uma maleta,
após aval dado pela Anatel
(Agência Nacional de Telecomunicações). Oficialmente, o equipamento foi
comprado -com dispensa
de licitação- para ser usado como bloqueador de
celular em um presídio federal, o que não ocorreu.
A Senasp disse ter comprado a maleta para compor a segurança dos Jogos
Pan-Americanos do Rio. O
aparelho custou R$ 671
mil e, após o fim das competições, ficou para a Secretaria de Segurança Pública do Rio, segundo o secretário nacional de Segurança, Ricardo Balestreri.
À Folha Balestreri disse
que as especificações da
maleta não permitiam interceptação, mas reconheceu que isso seria possível
com a instalação de alguns
componentes, como um
software para a decodificação do sinal telefônico.
Por lei, as maletas de interceptação só podem ser
vendidas a governos e usadas por órgãos de investigação policial.
Polícias e Forças Armadas podem usar as maletas, com autorização judicial e controle do Ministério Público. Pioneira em
grampos, a Polícia Civil do
Distrito Federal licitou a
compra de duas maletas
por valores maiores do
que os de mercado - R$
1,7 milhão e R$ 1,9 milhão.
O governo do Distrito Federal diz que as compras
não foram concluídas.
Apesar da proibição, o
equipamento virou mania
entre as empresas de espionagem mais abastadas,
disseram dois representantes brasileiros da tecnologia, sob a condição de
sigilo.
(ALAN GRIPP E MARIA CLARA CABRAL)
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