São Paulo, sábado, 05 de setembro de 2009

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Zona de risco

Os recentes acenos de Dilma Rousseff em direção a ambientalistas e evangélicos coincidem com pesquisas recebidas pelo Planalto nas quais Marina Silva, recém-filiada ao PV, registra entre 5% e 7% de intenção de voto para presidente, enquanto a candidata petista fica parada e chega a recuar em alguns cenários.
Para evitar a associação de sua nova agenda à campanha, o discurso no entorno de Dilma é que a ministra sempre tratou da questão do saneamento com preocupação ambiental, e que se aproximou de evangélicos, assim como já havia feito com católicos carismáticos, por ter ficado mais sensibilizada para a questão religiosa depois do tratamento contra o câncer linfático a que se submeteu.



Vai nessa. Lula consultou o vice José Alencar e o senador Marcelo Crivella sobre a ideia de nomear Samuel Pinheiro Guimarães para a Secretaria de Assuntos Estratégicos, cargo da cota do PRB. Os dois toparam abrir mão da indicação em favor do sub do chanceler Celso Amorim.

Saco... Ao reafirmar a promessa de liberar R$ 1 bi em emendas na próxima semana, Paulo Bernardo (Planejamento) aproveitou para alfinetar os deputados, ontem, em entrevista à Rádio Gaúcha.

...sem fundo. "A cada ano eles aumentam o valor das emendas individuais, que subiu de R$ 3 mi para R$ 10 mi desde o início do governo Lula. Já falam em saltar para R$ 15 mi. Então é melhor nem criar expectativa. Não tem como pagar", disse o ministro.

Hic! Na semana de estreia do Blog do Planalto, que enfrentou problemas técnicos, o responsável pela página, Jorge Cordeiro, postou ontem no Twitter que estava a caminho de um bar na Vila Madalena: "Vou seguir a dica do meu amigo e tomar uma carvalheira quando chegar a SP".

Fretado. O deputado Ciro Gomes (PSB-CE) foi cavalheiro ao final da sessão de quarta, dando carona às colegas Luciana Genro (PSOL-RS), Vanessa Graziotin (PC do B-AM) e Perpétua Almeida (PC do B-AC). Quando lhe perguntaram se já costurava aliança para 2010, desconversou: "Também somos seres humanos, não só políticos".

Padrão. Quinze anos depois do governo Vitor Buaiz, o PT capixaba segue em litígio com seus eleitos. A deputada Iriny Lopes recorreu à direção nacional contra a decisão do prefeito de Vitória, João Coser, de apoiar o vice-governador Ricardo Ferraço (PMDB) na sucessão estadual.

Nem aí. Alheio à recomendação" de cima"para que a decisão sobre alianças se dê só em março,Coser já se declarou coordenador estadual da campanha do peemedebista.

Apocalipse. De um integrante do Supremo sobre Henrique Fontana (PT-RS), líder do governo na Câmara: "Ele seria a pessoa ideal para anunciar a fim do mundo".O deputado criticou a proposta de reajuste de 14%para a Corte, evocando a situação dos aposentados. Omitiu, porém, que a remuneração dos ministros está congelada há cinco anos e que o percentual equivale à inflação do período.

Abrigo 1. Renan Calheiros (PMDB-AL)nome ou para cargo comissionado em seu gabinete, no dia 17passado,o advogado Davi de Oliveira Rios. Ele fora lotado na liderança do PTB, então ocupada por Epitácio Cafeteira (MA), por meio de ato secreto.

Abrigo. Rios assessorou Renan para correr atrás de documentos em Alagoas na montagem da defesa do senador, que enfrentou cinco processos de cassação em 2007.

Visita à Folha. Aldemir Bendine, presidente do Banco do Brasil, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava com Dan Conrado, Diretor de Marketing e comunicação, e Armando Medeiros de Faria, assessor.

Tiroteio

"Essa reforma eleitoral vai premiar o fraudador. Se for cassado, ele arrastará consigo um adversário que apenas cumpriu a lei."

Do deputado OSMAR SERRAGLIO (PMDB-PR), sobre a proposta, já aprovada por duas comissões do Senado, de impedir que o segundo colocado na eleição assuma em caso de cassação do vitorioso.

Contraponto

Lei do irrevogável

Senadores governistas e de oposição se revezavam na tribuna, na quarta-feira passada, para debater a tramitação dos projetos do pré-sal, até que Aloizio Mercadante (PT-SP) interrompeu a dinâmica com um longo discurso. Decorridos 35 minutos, o ex-petista Flávio Arns (PR), no comando da sessão, resolveu fazer um apelo:
-Dez minutos são suficientes para a sua conclusão?
Mercadante assentiu, mas a oposição já estava indócil, e Flexa Ribeiro (PSDB-PA) alfinetou:
-Senador Flávio Arns, permita que ele fale por duas horas. Porque agora ele está defendendo uma posição, mas depois poderá voltar atrás...


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