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RUMO A 2010
No "pós-Marina Silva", Aécio incorpora o discurso ambiental
DA AGÊNCIA FOLHA,
EM BELO HORIZONTE
O efeito Marina Silva (PV),
que trouxe para o centro do
debate sucessório a questão
ambiental, começa a influenciar o discurso do governador de Minas Gerais , Aécio
Neves (PSDB), também postulante à sucessão de Lula.
Ontem, após assinar decreto que regulamenta o novo código florestal do Estado,
elogiado por entidades ambientalistas em Minas, Aécio
declarou que a questão será
uma das cinco bandeiras de
sua "proposta para o Brasil".
"Qualquer pessoa que
queira pensar o Brasil com
seriedade para as próximas
décadas tem que incluir a
questão da sustentabilidade
em seu programa", disse Aécio, que também falou sobre
preservação da Amazônia.
A sanção do código, apesar
de ter sido apresentado à Assembleia Legislativa em setembro do ano passado, também pode ser encarado como
um movimento de aproximação à temática ambiental.
O projeto de lei entrou na
ordem do dia da Assembleia
dois dias após a divulgação
de relatório da ONG SOS
Mata Atlântica e do Inpe
(Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) mostrando
que, entre 2005 e 2008, Minas foi o Estado que mais
destruiu a Mata Atlântica.
Na época, o governo atribuiu o problema ao consumo
ilegal de carvão vegetal.
Agora, do total de árvores
derrubadas para uso industrial ou comercial, só 15% poderão ser de mata nativa. A
partir de 2018, esse limite
cairá para 5%. Antes, não havia um limite definido.
Aécio vetou um ponto que
liberava a Cemig (Companhia Energética de Minas
Gerais) e outras empresas
detentoras de concessão pública da necessidade de manutenção dos 20% de reserva
legal e outro que impedia
médias e grandes propriedades de usarem espécies exóticas e de interesse econômico para a recomposição parcial da reserva legal.
(BRENO COSTA)
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