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Tucano já tem equipe para tocar eleição presidencial
Sérgio Guerra e Jutahy Jr. fazem articulação nacional
DA REPORTAGEM LOCAL
Embora relute em admitir
sua candidatura à Presidência,
o governador de São Paulo, José Serra, já escalou seus colaboradores -muitos deles pinçados da própria estrutura do Estado- para organização da pré-campanha presidencial.
Fiéis aliados de Serra, o vice-governador Alberto Goldman e
o chefe da Casa Civil, Aloysio
Nunes Ferreira, exercem diferentes tarefas. Enquanto Goldman é preparado para assumir
a cadeira de governador, caso
Serra se afaste para concorrer à
Presidência, Nunes Ferreira se
dedica à negociação com partidos, especialmente no Estado.
Diretor-executivo da Fundap
(Fundação do Desenvolvimento Administrativo), o economista Geraldo Biasoto Júnior é
recrutado para a radiografia de
Estados visitados pelo governador, desenho da conjuntura
econômica e como colaborador
na elaboração de discursos.
Fora dos limites de São Paulo, a articulação política fica a
cargo do deputado federal Jutahy Magalhães Jr. (BA) e do
presidente nacional do PSDB, o
senador Sérgio Guerra (PE).
Já o ex-deputado federal
Márcio Fortes (RJ) deixou o
Rio de Janeiro e o comitê financeiro do PSDB para ocupar a
presidência da Emplasa (Empresa Paulista de Planejamento
Metropolitano). Ex-tesoureiro
do PSDB, Fortes não esconde
que lhe agrada a ideia de estar
mais próximo de Serra num
momento pré-eleitoral.
Matarazzo
Também com trânsito no
empresariado, o ex-secretário
municipal Andrea Matarazzo
deverá ocupar uma função executiva na campanha de Serra.
Apesar da dissonância com
parte do tucanato, o prefeito
Gilberto Kassab ganha espaço
na articulação política, especialmente dentro do DEM.
Interessado em se viabilizar
como articulador, ele costuma
reunir presidentes de partidos
e o ex-governador paulista
Orestes Quércia (PMDB) em
jantares na sua própria casa.
Sua movimentação é vista com
desconfiança pela ala de Geraldo Alckmin no PSDB.
Coordenador de campanhas
vitoriosas de Serra, o jornalista
Luiz Gonzalez é consultado pelo governador paulista sobre a
área de comunicação. Para ocupar um assento no comando de
uma eventual campanha, Gonzalez terá de convencer o PSDB
de que seu discurso é capaz de
extrapolar os limites de São
Paulo.
Sobre a área econômica, Serra gosta de conversar com o secretário de Cultura e ex-ministro João Sayad. Além dele, tem
como conselheiros o atual presidente da Sabesp, Gesner Oliveira e Biasotto. No governo,
conta ainda com os secretários
Francisco Vidal Luna (Planejamento) e Mauro Ricardo Costa
(Fazenda).
Governo Montoro
O chamado núcleo serrista
teve sua gênese no governo
Montoro. Secretário de Planejamento, Serra trabalhou ao lado de Sayad, então secretário
de Fazenda, e Nunes Ferreira, à
época líder de governo.
O grupo ganhou corpo, porém, a partir do governo Fernando Henrique Cardoso. À
frente do Ministério da Saúde,
Serra recrutou uma equipe a
qual recorreu na prefeitura e
no governo. Também consolidou aliados no Congresso Nacional, como o próprio Goldman: "Desde então, estou ao lado dele", diz Goldman, generoso em elogios ao chefe.
Ao longo da trajetória, Serra
também incorporou novos integrantes ao grupo, que tem resistido às brigas e disputas internas. O ano de 2010 será um
novo teste para os serristas. A
dúvida é se o grupo ficará unido
ou rachará na disputa pela sucessão de Serra no Estado.
(CS)
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