|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
RETA FINAL
José Dirceu, presidente do PT, disse que divulgação dos nomes seria um "caos'; equipe de transição será nomeada primeiro
Caso vença, Lula não anunciará ministério
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente nacional do PT,
José Dirceu, declarou ontem que,
em caso de vitória do candidato à
Presidência Luiz Inácio Lula da
Silva já no primeiro turno, o partido anunciará uma equipe de transição, mas não os nomes dos integrantes de seu ministério.
De acordo com Dirceu, seria inconcebível anunciar na segunda-feira os membros do (eventual) novo governo e "ter dois ministros da Fazenda, dois presidentes
do Banco Central coabitando por
90 dias". "Seria o caos", disse o
presidente do partido, durante
entrevista concedida a correspondentes estrangeiros em São Paulo.
De acordo com Dirceu, também
não se deve esperar uma eventual
equipe de transição na segunda.
"Se a gente anunciar o ministério na segunda-feira, teríamos um
ministro real, que é o do Lula, e
outro virtual, o [Pedro] Malan. Só
que quem está com a caneta é o
Malan", afirmou Dirceu.
A Folha colheu o relato do teor
da entrevista de um membro da
direção do PT. Estavam presentes
na entrevista representantes dos
jornais "Clarín", da Argentina,
"El País", da Espanha, "La Jornada", do México, e "Wall Street
Journal", dos EUA.
O presidente do PT afirmou aos
jornalistas estrangeiros que o
eventual ministério será anunciado "no momento correto e não
por pressão do mercado".
A exemplo do que fizera Lula,
descartou a possibilidade de Armínio Fraga, atual presidente do
Banco Central, permanecer no
cargo em um governo petista.
Quando indagado sobre a formação de uma coalizão para garantir sustentação política a Lula,
Dirceu esclareceu que será uma
"coalizão de centro-esquerda".
Nesse caso, explicou ele aos jornalistas, as negociações incluiriam os partidos que hoje formam
a base dos também candidatos Ciro Gomes (PPS) e Anthony Garotinho (PSB). Referiu-se especificamente a setores do PPS controlados pelo senador Roberto Freire. Uma coalizão de centro-esquerda, como denominam os petistas, incluiria parte do PMDB.
Sobre uma admissão do PSDB,
partido do candidato governista
José Serra, em uma gestão Lula, o
argumento do partido é o seguinte: primeiro é preciso aguardar a
divisão das cadeiras na Câmara e
no Senado -e quantos congressistas elegerá o PSDB.
Mas Dirceu fez a seguinte ponderação aos correspondentes -e
que refletiria uma postura da cúpula do PT: "O Lula é o candidato
para mudar a política econômica
do Brasil. Quem geriu a economia
nos últimos anos? O PSDB".
Segundo o membro do PT ouvido pela Folha, o comentário permitira a seguinte ilação: a prioridade para negociar um eventual
coalizão de governo recairia sobre
a base de sustentação de Ciro e
Garotinho, além de parcela do
PMDB, e não sobre o PSDB.
Anteontem, o empresário Horacio Lafer Piva, presidente da
Fiesp, declarou ser "inevitável"
uma coalizão entre o PT e o PSDB.
Acrescentou que, no caso de uma
vitória no primeiro turno, Lula
deveria conter o "ímpeto" dos
chamados radicais do partido para facilitar as negociações dessa
eventual coalizão de governo.
Texto Anterior: Folclore Político - Jarbas Passarinho: Historietas Nordestinas Próximo Texto: Serra obteve mais vitórias na Justiça Eleitoral Índice
|