JOSÉ ALBERTO BOMBIG
ENVIADO ESPECIAL A CHAPECÓ (SC)

A menos de um ano do primeiro turno das eleições municipais de 2004, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu ontem em Chapecó (SC), um tradicional reduto petista do Sul do país, financiamento para pequenos agricultores, desapropriação de terras, ensino público gratuito, emprego e a construção de hospital.
Entusiasmado, Lula encerrou seu discurso durante a abertura da Efapi (Exposição Feira Agropecuária, Industrial e Comercial de Chapecó) com um de seus bordões de campanha: "Obrigado, e até a vitória, se Deus quiser".
O presidente estava acompanhado do prefeito de Chapecó, Pedro Uczai (PT), que pode tentar a reeleição no próximo ano, e dos ministros José Fritsch (Pesca), candidato derrotado ao governo de Santa Catarina em 2002 e antecessor de Uczai na administração da cidade, Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário), Olívio Dutra (Cidades) e José Graziano (Segurança Alimentar).
Também presente ao evento, o governador de Santa Catarina, Luiz Henrique (PMDB), foi vaiado pelos petistas ao discursar.
Lula fez um discurso de improviso durante menos de meia hora. Antes, ele assistiu à apresentação de uma dupla sertaneja mirim.
Cerca de 5.000 pessoas acompanharam o discurso. Lula afirmou a um grupo de jovens que pediam a desapropriação de áreas: "Você, [Miguel] Rossetto, vai ter de dar terra para essa meninada". Ele foi bastante aplaudido.
O presidente prometeu liberação verbas do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar). "Só vai sobrar um centavo se vocês não quiserem ir buscar o dinheiro."
Aos trabalhadores do frigorífico Chapecó, que corre o risco de quebrar por causa de suas dívidas, ele disse que interviria para resolver o problema. "Guardem as energias, porque vocês vão voltar logo ao trabalho." Afirmou ainda que o Ministério da Saúde terá como prioridade a construção de um hospital na cidade e salientou que essa era uma reivindicação do prefeito. Lula encerrou o discurso dizendo que iria trabalhar pela federalização da Unochapecó.
Mais cedo, em Porto Alegre, Lula participou da Bienal do Mercosul, onde afirmou que não acreditava "que um país do tamanho do nosso, com os problemas que o nosso país tem, possa ter seus problemas solucionados apenas pela razão. Eu dizia, muito tempo atrás, que este país só dará certo no dia em que tiver um presidente capaz de governá-lo com a cabeça e com o coração".