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QUESTÃO INDÍGENA
Investigado diz que só compra pedras legais
DA ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
José Roberto Gonsalez, um dos
personagens centrais da investigação contra o governador Ivo
Cassol, disse à Folha que representa empresas estrangeiras interessadas em comprar diamantes
do Brasil, mas que só compra pedras extraídas de forma legal.
Ele confirmou que se associou
ao doleiro Marcos Glikas visando
à exploração de diamantes na reserva dos índios cintas-largas, em
Rondônia, mas disse que desistiu
do projeto após ser detido pela
Funai, em setembro do ano passado, dentro da reserva Roosevelt.
Gonsalez sustenta que seu propósito era obter a legalização do
garimpo e garantir o fornecimento a seus clientes no exterior. Ele
define seu papel no mercado como o de agenciador e corretor de
pedras preciosas, diamante, granito e minérios diversos.
Enquanto negociava com empresas em nome da Companhia
de Mineração de Rondônia, Gonsalez administrava a Mineração
Arco-Íris, de Glikas, em Espigão
d'Oeste (RO), e se aproximou dos
cintas-largas. Ele disse que não teve participação societária na mineradora e que a atuação no negócio seria garantia de poder
comprar pedras para seus clientes, se o garimpo fosse legalizado.
Antes de ser detido pela Funai,
ele assinou a minuta de um convênio de cooperação técnica entre
a Associação Paerenã, do cacique
João Bravo, e o Centro Mineiro
para Conservação da Natureza,
sem o conhecimento da Funai,
que inviabilizou o convênio.
Declarou que é consultor do
centro mineiro e que desenvolve
projetos ambientais com prefeituras de MG. Nega ser contrabandista e diz não acreditar que Ivo
Cassol esteja envolvido no caso.
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