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Painel
Renata Lo Prete - painel@uol.com.br
Redução de danos
O encontro de Geraldo Alckmin com José Serra e
Aécio Neves, no final da tarde em SP, ocorreu a pedido
do presidenciável tucano, que buscava um elemento
gerador de noticiário positivo para se contrapor à repercussão negativa, especialmente entre os aliados no
Rio, de sua foto ao lado da família Garotinho, recém-embarcada na candidatura. Ao ligar logo cedo para
Serra e Aécio, Alckmin tinha por objetivo empatar o
jogo com uma imagem ao lado dos dois vencedores.
Os problemas com aliados, porém, prometem continuar. Em companhia de ACM, derrotado nas urnas,
Alckmin se encontra hoje com deputados na Bahia.
Assim como no caso do Rio, faltou combinar antes
com o PSDB local, arquiinimigo do pefelista.
Clandestino. Para não melindrar novamente Cesar
Maia, Alckmin terá encontro
"secreto" com o tucano José
Camilo Zito, deputado eleito e
ex-prefeito de Duque de Caxias, que não reza pela cartilha do pefelista. Será na sala
vip do aeroporto do Rio, antes
do embarque para Salvador.
Outro lado. Anthony Garotinho afirma que os suspeitos de compra de voto sob investigação no Rio não têm relação com seu grupo político.
Pressão da base. A manifestação do presidente do PT
de São Paulo, Paulo Frateschi,
em defesa dos "aloprados" e
contra a braveza de Lula em
relação a "esses meninos" foi
interpretada no partido como
uma tentativa de acalmar os
homens do dossiê, que já dão
sinais de instabilidade.
Ouvidos moucos. O vereador Edgar Nóbrega, único
do PT em São Caetano e concunhado de Hamilton Lacerda, propôs ao secretário de
Organização do PT estadual,
Luiz Turco, e ao presidente da
sigla nesse município do ABC,
Ricardo Rios, o imediato afastamento do ex-coordenador
da campanha de Mercadante.
Ambos desconversaram.
Virada. Auxiliares estão
apavorados com a mudança
de José Serra, em janeiro, para o Palácio dos Bandeirantes.
Acreditam que o tucano, conhecido por trabalhar de madrugada e obrigá-los a fazer o
mesmo, não terá mais limites,
já que estará em casa.
Para constar. Lula escalou
Marco Aurélio Garcia para
tentar convencer Edson Vidigal (PSB) e o PT a não aderir à
frente anti-Roseana que se arma no Maranhão. Será de
pouca serventia. O ex-presidente do STJ já está com os
dois pés na articulação.
Mão dupla. Em reunião
com Roberto Requião, Jorge
Samek e Gleisi Hoffmann,
coordenadores de Lula no Paraná, ofereceram um acordo:
ele apoiaria o presidente, e o
PT embarcaria em sua reeleição. O problema do governador é que seu eleitor vota majoritariamente em Alckmin.
Olho grande. Lula telefonou para Germano Rigotto e
para os governadores eleitos
Blairo Maggi e André Pucinelli. O presidente acha que tem
chance de ter o apoio deles e já
fala em eventual mudança de
Maggi do PPS para o PMDB.
Off Broadway. Para fazer
frente aos anúncios de apoio
formal a Yeda Crusius (PSDB)
no Rio Grande do Sul, a coordenação de campanha de Olívio Dutra (PT) prepara ato
com prefeitos do PMDB, PP e
PDT para a semana que vem.
Registrado. Questionado
sobre sua eventual candidatura à presidência da Câmara,
Ciro Gomes (PSB-CE) descartou a possibilidade: "Podem
apostar com quem quiserem e
quanto quiserem".
Em campo. Renan Calheiros abortou, por ora, o movimento para que João Durval
se filie ao PMDB. Teme melindrar ACM, com quem sempre procurou se dar bem. Leomar Quintanilha (PC do B-TO) também não se mostrou
disposto a embarcar no partido, já que é adversário do governador Marcelo Miranda.
Tiroteio
"A onça virou gatinho. Ficou sem água e agora
corre em busca do leite derramado."
Do líder da bancada do PSDB na Câmara, JUTAHY JÚNIOR (BA), sobre o
presidente Lula, que às vésperas primeiro turno se comparou a uma
onça que iria beber água no dia da eleição.
Contraponto
Força do hábito
No final de 1998, depois de quatro anos de um duro
ajuste nas contas do governo de São Paulo, o então secretário da Justiça, Belisário dos Santos Júnior, procurou o
governador Mário Covas (1930-2001) para uma conversa
particular. Disse ao chefe que acreditava ter cumprido
seu papel na administração e que não pretendia permanecer no segundo mandato do tucano.
-Mas logo agora que nós vamos ter dinheiro? -reagiu
Covas, lembrando ao auxiliar que a fase mais pesada do
ajuste fiscal já havia terminado.
-O problema, governador, é que eu não aprendi a gastar- brincou o secretário, que acabou ficando no cargo.
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