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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Lula diz estar pronto para discutir ética e corrupção
Para petista, Alckmin insiste no tema por não poder comparar governo atual ao de FHC
Reunido com governadores eleitos, presidente afirma que investe mais em programas sociais em SP e no Sul do que no Nordeste
PEDRO DIAS LEITE
FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em uma investida para defender o ponto por onde sua
campanha sofreu mais ataques
no primeiro turno, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que vai colocar as
questões sobre ética e corrupção nos debates com o candidato Geraldo Alckmin (PSDB).
"Queremos discutir profundamente ética, queremos discutir profundamente corrupção. Eu acho que o povo brasileiro merecia uma discussão
melhor. Mas, se quiserem o debate por aí, nós vamos discutir
isso e colocar na mesa as coisas
que precisam ser colocadas. As
pessoas não têm argumento
para debater sobre política econômica, política social, desenvolvimento", disse.
Para Lula, Alckmin só discute corrupção porque não tem
como fazer comparações entre
o governo de Fernando Henrique Cardoso e o do petista.
"Porque os estudos comparativos são mortais com relação
aos oito anos deles, obviamente
que [Alckmin] vai procurar outra coisa qualquer para fazer a
disputa política", afirmou Lula,
que quer também levar o embate de números entre os dois governos de volta à campanha.
A comparação com FHC foi
retomada ontem mesmo, no
início da reunião com governadores eleitos. "Deus queira que
vocês [governadores eleitos]
peguem os Estados com as contas em dia. Que não peguem como eu peguei em 2003, quando
tivemos já de cara que cortar
R$ 14 bilhões do Orçamento."
O presidente reuniu no Palácio da Alvorada sete governadores eleitos no primeiro turno
-Jaques Wagner (BA), Binho
Marques (AC), Wellington Dias
(PI) e Marcelo Déda (SE), do
PT, Waldez Góes (PDT-AP),
Marcelo Miranda (PMDB-TO)
e Cid Gomes (PSB-CE)- e um
vice, Omar Aziz (PMN-AM),
para pedir engajamento em sua
campanha. Também estavam
presentes aliados de Blairo
Maggi (PPS-MT).
Uma amostra de que Lula está priorizando a agenda de candidato em vez da presidencial
foi que o presidente chegou ontem ao Planalto depois das 17h
e ficou menos de três horas no
local. Hoje os encontros políticos no Alvorada continuam.
Votos no Sul
Lula rebateu a argumentação
de que sua votação foi mais expressiva no Nordeste em razão
dos programas sociais.
"A verdade é que no Sul, se
for olhar quantitativamente,
nós temos mais política social
nos Estados mais numerosos",
afirmou. "São Paulo, por exemplo, a quantidade de política social lá... O governo gasta aproximadamente R$ 2 bilhões por
ano, só do ministério do Patrus
Ananias com política social no
Estado mais rico da federação."
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