São Paulo, quinta-feira, 05 de outubro de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA

Alckmin minimiza apoio de Garotinho

Candidato tucano afirma não existir aliança com ex-governador e diz que não pode impedir ninguém de declarar voto nele

Presidenciável anuncia que mantém apoio a Frossard, candidata ao governo do Rio: "Se votasse no Rio de Janeiro, votaria nela"


CATIA SEABRA
LEANDRO BEGUOCI
DA REPORTAGEM LOCAL

Emoldurado pelos tucanos José Serra (SP) e Aécio Neves (MG) -numa foto bem diferente daquela da véspera- o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, reduziu ontem o apoio do casal Garotinho a uma declaração de voto.
Alckmin insistiu no argumento de que não pode impedir que votem nele. "Querem votar na minha candidatura no segundo turno? Muito obrigada", repetia, fazendo questão de frisar: "Não existe aliança com ninguém".
Questionado, Alckmin negou que o apoio de políticos que são alvo de denúncias venha a prejudicar seu discurso, amparado em "valores e princípios éticos", como costuma repetir. "Denúncia se apura e se pune. Agora, ninguém pode impedir as pessoas de votarem", disse.
Atendendo à orientação dos tucanos, Alckmin lembrou que Garotinho apoiara a candidata do PSOL, Heloísa Helena, no primeiro turno. Na época, ela também alegou que não podia recusar voto.
"No segundo turno, só ficam dois candidatos. Até por exclusão, é preciso escolher um dos dois. No primeiro turno, o Garotinho foi de Heloísa Helena. No segundo turno, ele me apóia. Apoio se agradece. Eu agradeço o apoio. Só temos um compromisso, que é com o povo brasileiro", justificou.
Após descartar o esvaziamento de seu discurso ético, Alckmin atribuiu a crise ao modelo de cobertura no país. "Cobertura presidencial virou fofoca. Isso é fato. Fofoca de bastidor. Um fala mal do outro. Não tem coisa substantiva."
Mas, confrontado com o fato de que o governador reeleito em Rondônia e seu eleitor, Ivo Cassol (PPS), é investigado por desvio de recursos públicos com a autorização do STJ (Superior Tribunal de Justiça), o tucano respondeu: "Ótimo, não tem problema, se amanhã comprovar alguma coisa, vai ser punido. Não vou proibir ninguém de me apoiar por causa disso".
Alckmin disse que mantém apoio à candidatura de Denise Frossard (PPS). "A Denise é minha candidata. Se votasse no Rio de Janeiro, votaria nela".
Sob fogo cruzado -tendo que negar até se contaria com a participação de Garotinho em seu governo -Alckmin tentou reacender a crise provocada pelo o envolvimento de petistas na compra de munição contra o PSDB. Cobrou do governo a origem do dinheiro.
Alckmin -que determinou ontem representação pelo fato de o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ter convocado uma coletiva para atacar os adversários -acusou o governo de "uma utilização desavergonhada da máquina pública".
"Ministro convoca coletiva no Palácio, utilizando estrutura e prédio públicos, funcionários públicos, para atacar o adversário. Viraram cabos eleitorais", protestou o tucano.

Serra e Aécio
Convocados por Alckmin às pressas na tarde de ontem, até numa resposta ao encontro de Luiz Inácio Lula da Silva com aliados, Serra e Aécio também anunciaram seu engajamento na campanha com uma série de atividades a partir de hoje. Mas a estratégia não vingou.
Contrariado, Alckmin teve que responder se teria o ex-governador Anthony Garotinho em seu palanque. "Não existe palanque. Segundo turno não tem palanque. É televisão. Não existe palanque. Não existe comício. Não existe nada disso".


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