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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Alckmin minimiza apoio de Garotinho
Candidato tucano afirma não existir aliança com ex-governador e diz que não pode impedir ninguém de declarar voto nele
Presidenciável anuncia que mantém apoio a Frossard, candidata ao governo do Rio: "Se votasse no Rio de Janeiro, votaria nela"
CATIA SEABRA
LEANDRO BEGUOCI
DA REPORTAGEM LOCAL
Emoldurado pelos tucanos
José Serra (SP) e Aécio Neves
(MG) -numa foto bem diferente daquela da véspera- o
candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, reduziu
ontem o apoio do casal Garotinho a uma declaração de voto.
Alckmin insistiu no argumento de que não pode impedir que votem nele. "Querem
votar na minha candidatura no
segundo turno? Muito obrigada", repetia, fazendo questão
de frisar: "Não existe aliança
com ninguém".
Questionado, Alckmin negou
que o apoio de políticos que são
alvo de denúncias venha a prejudicar seu discurso, amparado
em "valores e princípios éticos", como costuma repetir.
"Denúncia se apura e se pune.
Agora, ninguém pode impedir
as pessoas de votarem", disse.
Atendendo à orientação dos
tucanos, Alckmin lembrou que
Garotinho apoiara a candidata
do PSOL, Heloísa Helena, no
primeiro turno. Na época, ela
também alegou que não podia
recusar voto.
"No segundo turno, só ficam
dois candidatos. Até por exclusão, é preciso escolher um dos
dois. No primeiro turno, o Garotinho foi de Heloísa Helena.
No segundo turno, ele me
apóia. Apoio se agradece. Eu
agradeço o apoio. Só temos um
compromisso, que é com o povo brasileiro", justificou.
Após descartar o esvaziamento de seu discurso ético,
Alckmin atribuiu a crise ao modelo de cobertura no país. "Cobertura presidencial virou fofoca. Isso é fato. Fofoca de bastidor. Um fala mal do outro. Não
tem coisa substantiva."
Mas, confrontado com o fato
de que o governador reeleito
em Rondônia e seu eleitor, Ivo
Cassol (PPS), é investigado por
desvio de recursos públicos
com a autorização do STJ (Superior Tribunal de Justiça), o
tucano respondeu: "Ótimo, não
tem problema, se amanhã comprovar alguma coisa, vai ser punido. Não vou proibir ninguém
de me apoiar por causa disso".
Alckmin disse que mantém
apoio à candidatura de Denise
Frossard (PPS). "A Denise é
minha candidata. Se votasse no
Rio de Janeiro, votaria nela".
Sob fogo cruzado -tendo que
negar até se contaria com a participação de Garotinho em seu
governo -Alckmin tentou reacender a crise provocada pelo o
envolvimento de petistas na
compra de munição contra o
PSDB. Cobrou do governo a
origem do dinheiro.
Alckmin -que determinou
ontem representação pelo fato
de o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ter convocado
uma coletiva para atacar os adversários -acusou o governo
de "uma utilização desavergonhada da máquina pública".
"Ministro convoca coletiva
no Palácio, utilizando estrutura
e prédio públicos, funcionários
públicos, para atacar o adversário. Viraram cabos eleitorais",
protestou o tucano.
Serra e Aécio
Convocados por Alckmin às
pressas na tarde de ontem, até
numa resposta ao encontro de
Luiz Inácio Lula da Silva com
aliados, Serra e Aécio também
anunciaram seu engajamento
na campanha com uma série de
atividades a partir de hoje. Mas
a estratégia não vingou.
Contrariado, Alckmin teve
que responder se teria o ex-governador Anthony Garotinho
em seu palanque. "Não existe
palanque. Segundo turno não
tem palanque. É televisão. Não
existe palanque. Não existe comício. Não existe nada disso".
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