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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Garotinho rebate críticas de Maia e Frossard
Na região, Lula obteve quase 700 mil votos a mais do que tucano; ex-governador diz que poderá reverter esse fracasso
Ex-governador do PMDB afirma que no Rio de Janeiro uns estão com Lula, outros estão com Alckmin, mas todos estão com Cabral
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
Em sua primeira visita ao Rio
na campanha do segundo turno, o candidato Geraldo Alckmin (PSDB) será levado à Baixada Fluminense pelo ex-governador Anthony Garotinho
(PMDB). Região pobre na periferia do Rio, a Baixada Fluminense é um reduto de Garotinho. Nela, o candidato do PSDB
à Presidência fracassou. Teve
pouco mais de 400 mil votos,
contra quase 1,1 milhão de votos destinados ao presidente
Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Ele disse que os ataques do
prefeito Cesar Maia decorrem
do fiasco do PFL nas eleições e
criticou a suposta falta de ética
da candidata do PPS ao governo, Denise Frossard.
FOLHA - O sr. esperava uma reação
tão violenta por parte do prefeito
Cesar Maia e da candidata Denise
Frossard a seu apoio a Alckmin?
ANTHONY GAROTINHO - É ressentimento de quem perdeu eleição. O PFL foi derrotado no
Rio. O PMDB fez dez deputados federais, o PFL fez cinco.
Fizemos 17 deputados estaduais, eles seis. Tivemos o candidato mais votado ao governo,
elegemos nosso senador. Cesar
Maia é figura conhecida por
suas estripulias. Ele é acostumado a inventar notícias em
blog, a criar factóides, mentiras, ofender pessoas. A juíza,
que autoridade ela tem para falar em ética quando o chefe do
escritório dela em Niterói trabakhava até as cinco horas da
tarde no escritório e depois das
cinco pegava um fuzil e ia ser
soldado do tráfico no morro?
Que ética é essa?
FOLHA - O prefeito e Frossard disseram que em seu governo e no da
governadora Rosinha Matheus houve casos sérios de corrupção.
GAROTINHO - Em termos de ética não reconheço autoridade
em nenhum dos dois para falar
a meu respeito. Tenho 25 anos
de vida pública. Meu patrimônio é exatamente o mesmo de
quando comecei. As acusações
contra mim, todas as que fizeram, foram respondidas. Não
passa de jogo político. Nada
contra mim se comprovou.
FOLHA - Na prática, seu apoio a
Alckmin resultou em um enorme estrago na campanha de Frossard.
GAROTINHO - Não sei, a minha
intenção não foi essa. Quando
estive com Cabral relatei a ele:
"Olha, não posso apoiar Lula
por três motivos. Primeiro: Lula não tem palavra. Eu o apoiei
no Rio na eleição passada, foi
meu terceiro apoio a ele e ele
destratou o Estado, maltratou
o Rio e perseguiu o governo da
Rosinha. Segundo: Lula interferiu dentro do PMDB para eu
não ser candidato, investiu na
ala governista para impedir minha candidatura, patrocinou
um esquema violento da chamada banda podre do PMDB
para eu não ser candidato. Terceiro: o Brasil não merece continuar vendo esse festival de
corrupção". Se fosse fazer o
DVD de cada um teria que escolher o filme: "O Chefe da Quadrilha de Ribeirão" ou "O Mágico do Caixa Dois" ou "Silvinho
Land Rover" ou "O Super Zé".
FOLHA - Como será sua participação na campanha do Alckmin?
GAROTINHO - Vamos trabalhar,
vamos caminhar juntos, vamos
dar a ele um bom resultado.
Não sei a capacidade que eu tenho de transferência de votos,
dizem que é grande. Afinal, em
todas as minhas eleições eu fiz
meus sucessores. Agora mesmo
para deputado federal peguei
um candidato [Pudim], no
meio de tantos candidatos, e
dei 270 mil votos. Vamos aumentar, e muito, a votação dele
no Rio. Espero reverter muitos
votos de pessoas que votaram
em Lula no primeiro turno.
FOLHA - Alckmin não conhece o Estado. Aonde o sr. o levará?
GAROTINHO - Baixada. Vamos
trabalhar a Baixada. A diferença de Lula para Alckmin na Baixada Fluminense foi de 700 mil
votos. Alckmin praticamente
não teve votos na Baixada. Vamos fazer placas assim: "Governador 15 Cabral, Presidente
Alckmin 45, Garotinho Apóia".
FOLHA - Alguma possibilidade de o
Cabral apoiar isso?
GAROTINHO - Não, Cabral está
com Lula. Aqui no Rio, uns estão com Lula e Cabral, outros
estão com Alckmin e Cabral,
mas todo mundo é Cabral.
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