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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Tucano admite ao PFL erro em aliança
Alckmin diz a aliados que se precipitou ao aceitar posar para foto com Garotinho e reconhece abalo a seu discurso ético
Presidenciável subestimou reação negativa de grupo de Cesar Maia, mas acredita que impacto da aliança não deve durar mais que 2 dias
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, admitiu, ontem, em conversas,
que se precipitou ao posar ao
lado do casal Garotinho. À noite, numa audiência com o líder
do PFL na Câmara, Rodrigo
Maia, disse que, se soubesse
que daria tanto problema, não
teria concordado com a foto.
Mas alegou que foi "atropelado": o ex-governador Anthony
Garotinho foi quem insistiu.
Ao longo do dia, Alckmin
chegou a reconhecer que a crise
abala sua trajetória ascendente
e seu discurso ético. Mas, tranqüilizado por tucanos, apostou
numa sobrevida de dois dias
para o problema. Alckmin também argumentou que não poderia prever o seu impacto,
porque essa não foi a reação de
Rodrigo na noite de segunda-feira, quando recebeu um telefonema do presidente do
PSDB, Tasso Jereissati.
"Se alguém te liga meia-noite
e meia é informando, né? E falei da rejeição ao Garotinho",
justificou Rodrigo.
Após passar o dia repetindo
que "Tasso é o mister Magoo,
que não enxerga um palmo à
frente do nariz", o líder do PFL
viajou, a pedido do senador José Jorge (PFL-PE), vice na chapa de Alckmin, para São Paulo.
Chamados pelo candidato, os
recém-eleitos Aécio Neves e
José Serra se reuniram com ele
em São Paulo, na tentativa de
produzir uma foto melhor. O
trio brincou, dizendo que, em
Minas, esse apoio seria considerado uma obra de engenharia política. Tasso foi para o Rio.
Ala alckmista do PSDB avaliava ontem que, com a derrota
no Rio no primeiro turno
-Alckmin teve 28,86% contra
49,18% de Lula no Estado-, o
prefeito Cesar Maia (PFL) não
tinha justificativa para atacar.
Dizendo que lamenta a decisão de Maia, Alckmin afirmava
que, "em hipótese alguma", rejeitaria o apoio, já que o Rio foi
identificado como ponto-chave
do segundo turno.
Duvidando de suas chances
na capital, Alckmin preferiu investir no interior do Rio. Só não
contava que Garotinho viesse a
São Paulo na segunda-feira.
Para estancar a crise, o presidente do PFL, Jorge Bornhausen, procurou Fernando Gabeira (PV). Uma declaração de voto do deputado mais votado no
Rio neutralizaria o impacto da
aliança com Garotinho. O deputado prometeu "pensar no
caso", mas disse: "Foi um passo
equivocado. Ele [Garotinho]
tem um peso nefasto no Rio".
Com a reação de Denise
Frossard (PPS), Tasso chamou
o presidente do PPS, Roberto
Freire (PE), oferecendo o apoio
do PSDB caso ela recuasse.
Classificando a reação dela como "intempestiva", Freire embarcou para o Rio.
Preocupado, Alckmin telefonou para o coordenador da
campanha, Sérgio Guerra
(PSDB-PE), oferecendo-se para ir ao Rio.
(CATIA SEABRA, JOSÉ ALBERTO BOMBIG E SÍLVIO NAVARRO)
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