|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Aliado de Alckmin, Temer pode perder vaga na Câmara dos Deputados em 2007
ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente nacional do
PMDB, Michel Temer, está na
lista dos deputados federais de
São Paulo que correm o risco de
perder sua cadeira na Câmara
na redistribuição de vagas que
o TRE-SP fará com a inclusão
dos votos de dois promotores
de Justiça determinada pelo
Tribunal Superior Eleitoral. O
peemedebista é o elo entre o
PMDB e o presidenciável tucano, Geraldo Alckmin.
Temer, com a mais baixa votação (99.046 votos) dos três
eleitos pelo PMDB de SP para
2007-2010, está ameaçado porque conseguiu sua cadeira na
divisão das sobras do quociente
eleitoral (divisão dos votos válidos pelo número de cadeiras).
Outros oito candidatos conseguiram seus lugares por esse
critério, que será refeito com a
inclusão dos votos.
A assessoria de imprensa do
deputado informou que ele não
vê sua reeleição ameaçada. No
PMDB de SP, porém, não existe
toda essa certeza. "Nas nossas
contas ele não perde, mas é claro que isso é muito relativo. A
conta é muito complicada e
ninguém sabe direito quem ficou com as duas últimas sobras
e quem vai perdê-las", afirmou
o líder do PMDB na Assembléia
paulista, Baleia Rossi.
As projeções da legenda tentam antecipar a contabilidade
que será feita pelo TRE de SP
com a inclusão dos 239.781 votos de Carlos Sampaio e os
117.108 de Dimas Ramalho. Os
dois tiveram o registro de candidatura indeferido pelo TRE-SP por serem membros do Ministério Público e seus votos
não foram contabilizados no
resultado de domingo.
Por decisão do TSE, os dois
ganham o direito de vaga e pelo
menos outros dois perdem as
suas. A mudança pode ser
maior devido à grande votação
do tucano, que pode abrir mais
uma cadeira para a coligação,
tirando de outra chapa.
"Nós fizemos alguns cálculos, mas não conseguimos detectar [quem sai]. O certo é que
vai ter uma dança de cadeiras
aí. Uns falam do PMDB, outros
do PV, outros do PP, mas ainda
não existe uma certeza. Só quero a certeza de que eu entrei",
disse o reeleito Ramalho.
O TRE informou que não há
previsão de quando a nova redistribuição de vagas irá ocorrer. A expectativa é que a Comissão de Totalização do tribunal deve aguardar outros casos
ainda em pendência no TSE para não divulgar as mudanças de
maneira fragmentada.
Outro que se sente ameaçado
é o pefelista Walter Ihoshi, que
obteve 101.097 votos e é o último da lista da coligação PSDB-PFL, a mesma de Sampaio. O
candidato disse ter feito contas
que lhe garantem a vaga, mas
ainda não comemora. "Dizem
que eu posso ficar tranqüilo,
mas no dia da apuração eu nem
comemorei. É o mesmo que ganhar e não levar", disse.
Entre os que também aguardam o julgamento está o promotor Fernando Capez (PSDB)
que obteve 95.101 votos para a
Assembléia Legislativa de SP,
mas teve o registro indeferido
em situação semelhante à dos
colegas. Se confirmada a tendência, o deputado Gilson de
Souza (PFL) corre mais risco
de cair para a suplência.
Texto Anterior: Partidos dizem que fusões ainda estão em pauta Próximo Texto: Análise: Tribunal leva instabilidade ao Congresso Índice
|