São Paulo, quinta-feira, 05 de outubro de 2006

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Aliado de Alckmin, Temer pode perder vaga na Câmara dos Deputados em 2007

ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente nacional do PMDB, Michel Temer, está na lista dos deputados federais de São Paulo que correm o risco de perder sua cadeira na Câmara na redistribuição de vagas que o TRE-SP fará com a inclusão dos votos de dois promotores de Justiça determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral. O peemedebista é o elo entre o PMDB e o presidenciável tucano, Geraldo Alckmin.
Temer, com a mais baixa votação (99.046 votos) dos três eleitos pelo PMDB de SP para 2007-2010, está ameaçado porque conseguiu sua cadeira na divisão das sobras do quociente eleitoral (divisão dos votos válidos pelo número de cadeiras). Outros oito candidatos conseguiram seus lugares por esse critério, que será refeito com a inclusão dos votos.
A assessoria de imprensa do deputado informou que ele não vê sua reeleição ameaçada. No PMDB de SP, porém, não existe toda essa certeza. "Nas nossas contas ele não perde, mas é claro que isso é muito relativo. A conta é muito complicada e ninguém sabe direito quem ficou com as duas últimas sobras e quem vai perdê-las", afirmou o líder do PMDB na Assembléia paulista, Baleia Rossi.
As projeções da legenda tentam antecipar a contabilidade que será feita pelo TRE de SP com a inclusão dos 239.781 votos de Carlos Sampaio e os 117.108 de Dimas Ramalho. Os dois tiveram o registro de candidatura indeferido pelo TRE-SP por serem membros do Ministério Público e seus votos não foram contabilizados no resultado de domingo.
Por decisão do TSE, os dois ganham o direito de vaga e pelo menos outros dois perdem as suas. A mudança pode ser maior devido à grande votação do tucano, que pode abrir mais uma cadeira para a coligação, tirando de outra chapa.
"Nós fizemos alguns cálculos, mas não conseguimos detectar [quem sai]. O certo é que vai ter uma dança de cadeiras aí. Uns falam do PMDB, outros do PV, outros do PP, mas ainda não existe uma certeza. Só quero a certeza de que eu entrei", disse o reeleito Ramalho.
O TRE informou que não há previsão de quando a nova redistribuição de vagas irá ocorrer. A expectativa é que a Comissão de Totalização do tribunal deve aguardar outros casos ainda em pendência no TSE para não divulgar as mudanças de maneira fragmentada.
Outro que se sente ameaçado é o pefelista Walter Ihoshi, que obteve 101.097 votos e é o último da lista da coligação PSDB-PFL, a mesma de Sampaio. O candidato disse ter feito contas que lhe garantem a vaga, mas ainda não comemora. "Dizem que eu posso ficar tranqüilo, mas no dia da apuração eu nem comemorei. É o mesmo que ganhar e não levar", disse.
Entre os que também aguardam o julgamento está o promotor Fernando Capez (PSDB) que obteve 95.101 votos para a Assembléia Legislativa de SP, mas teve o registro indeferido em situação semelhante à dos colegas. Se confirmada a tendência, o deputado Gilson de Souza (PFL) corre mais risco de cair para a suplência.


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