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Grupo de Renan tira "PMDB hostil" da CCJ
Afastamento de Pedro Simon (RS) e Jarbas Vasconcelos (PE) da comissão provoca a reação de senadores da oposição
Aliados do presidente da Casa também emplacam Almeida Lima como relator do processo que investiga desvios em pastas do PMDB
SILVIO NAVARRO
ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em nova manobra da bancada do PMDB, o presidente do
Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), derrubou ontem
seus adversários da Comissão
de Constituição e Justiça e emplacou seu aliado Almeida Lima (PMDB-SE) como relator
do processo que investigará um
esquema de desvio de recursos
em ministérios do partido.
Renan também costurou
com o presidente do Conselho
de Ética, Leomar Quintanilha
(PMDB-TO), para deixar vaga,
pelo menos até terça-feira, a escolha do relator do processo
que o acusa de recorrer a laranjas para comprar rádios em
Alagoas. Os dois ainda procuram um "nome de confiança".
A medida que causou maior
impacto na Casa foi a retirada
dos senadores Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e Pedro Simon (PMDB-RS) da CCJ, a comissão mais importante da Casa. Para substituí-los foram indicados dois aliados de Renan:
Almeida Lima (PMDB-SE) e
Paulo Duque (PMDB-RJ).
"Não é o líder do PMDB que
está fazendo isso, é o Renan Calheiros", disse Jarbas, que defende a saída de Renan do cargo. Foi Jarbas quem relatou o
projeto que determina o afastamento de cargos no Senado para quem enfrentar processo de
cassação. Simon foi um dos primeiros senadores a pedir que
Renan se licenciasse. Ele integra a CCJ há 24 anos. "Passei
pela ditadura sem ter tido uma
violência como essa. Quem
mandou foi Renan e Sarney
porque o líder [do partido] é
um estafeta deles", afirmou.
Valdir Raupp (RO), líder do
PMDB, disse que a decisão foi
da bancada: "Como líder tenho
que fazer as mudanças onde temos problemas". Renan negou
ter interferido: "Não tenho nada a ver com o que se faz nas
bancadas. É uma substituição,
algo normal em todos os partidos. Não sou líder, sou presidente do Senado, que é uma
instituição suprapartidária".
Houve reação imediata em
diversos partidos. O senador
Cristovam Buarque (PDT-DF)
sugeriu uma renúncia coletiva
das comissões: "Na semana
passada deram um tapa na cara
do Brasil, hoje deram o golpe e
amanhã vão cuspir na gente".
"Acho que está armado mais
um cabo-de-guerra no Senado", disse José Agripino (RN),
líder do DEM. "É uma aberração, o Senado está indo para o
desvão", disse o líder do PSDB,
Arthur Virgílio (AM).
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