São Paulo, domingo, 05 de outubro de 2008

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PORTO ALEGRE

Manuela e Maria do Rosário empatam em 2º; José Fogaça lidera com 41%

Candidata do PT tem 21% e a do do PC do B, 17%; margem de erro na pesquisa é de 2 pontos percentuais

No segundo turno, prefeito de Porto Alegre mantém 52% dos votos tanto contra Rosário, com 35%, como contra Manuela, com 32%

GRACILIANO ROCHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

MÁRIO MAGALHÃES
ENVIADO ESPECIAL A PORTO ALEGRE

As candidatas Maria do Rosário (PT) e Manuela D'Ávila (PC do B) chegam em empate técnico à eleição de hoje para prefeito de Porto Alegre, mas a petista aumentou de dois para quatro pontos percentuais a vantagem sobre a adversária.
É o que revela pesquisa Datafolha concluída ontem, na qual o candidato à reeleição José Fogaça (PMDB) aparece na liderança, com 41% dos votos válidos (excluindo indecisos, brancos e nulos), e tem vaga praticamente assegurada no segundo turno.
Fogaça é seguido pelos deputados federais Maria do Rosário (21%), Manuela (17%), Luciana Genro (PSOL, 9%) e Onyx Lorenzoni (DEM, 7%).
O Datafolha ouviu 1.779 eleitores ontem e anteontem. A margem de erro de dois pontos percentuais estabelece o empate no limite entre as candidatas do PT e do PC do B. Rosário pode ter de 19% a 23%. Manuela, de 15% a 19%. Por isso, é mais provável que a petista esteja à frente da concorrente.
Levantamento do Datafolha divulgado na quarta-feira mostrava Fogaça com 39%, Rosário com 22% e Manuela com 20% dos votos válidos.
A pesquisa mostra, nas simulações de segundo turno, Fogaça com 52% e Rosário com 35%. Contra Manuela, o prefeito teria 52% e ela, 32%.
É possível que o nervosismo da postulante comunista no último debate na TV, na quinta, tenha contribuído para a oscilação negativa. Se ela não passar à fase final, dificilmente sua coligação se manterá unida. O PC do B é aliado nacional do PT. O PPS, do vice de Manuela, opõe-se a Lula e detém cargos na administração Fogaça.
Se as urnas confirmarem a projeção de votos para o PT, será o pior resultado do partido no município desde a eleição de Olívio Dutra em 1988. De lá para cá, a agremiação sempre liderou os primeiros turnos.
A eleição confirma a drástica redução de influência da governadora Yeda Crusius (PSDB). Eleita em 2006, ela se manteve quase escondida da campanha do seu correligionário Nelson Marchezan Junior, que tem 2% no Datafolha.
A passagem ao segundo turno de dois integrantes de partidos da base do governo federal formalmente configura sucesso do presidente da República. Mas o PMDB gaúcho é tradicional opositor do PT. E Fogaça é egresso do PPS.
Apoiadores de Maria do Rosário e Manuela afirmaram que Lula viajaria a Porto Alegre para apoiar uma delas no segundo turno contra Fogaça. Até agora, o presidente esteve longe da capital gaúcha.
O ministro dos Esportes, Orlando Silva (PC do B), disse que o presidente Lula iria a Porto Alegre, por Manuela. Tarso Genro é mais contido. O ministro da Justiça diz que Lula "é fundador e presidente de honra do PT, mas é o chefe de uma coalizão política complexa. Vai ter que ter cuidado".
No entanto, Tarso apóia a participação: "Porto Alegre é adequada a um apoio direto do presidente Lula no segundo turno para Maria do Rosário porque o prefeito Fogaça, embora não represente um quadro político hostil ao governo, nem sequer era um autêntico do PMDB. Ele veio recentemente do PPS, que é um partido duro de oposição ao governo".
Um dos obstáculos à entrada de Lula na campanha é o seu empenho em costurar uma aliança para lançar em 2010 a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) à Presidência, de preferência com um vice do PMDB.
Por outro lado, numerosos petistas associam o "projeto Dilma" ao sucesso de Rosário no município cujo comando o PT perdeu em 2004, depois de 16 anos no poder. Dilma vivia em Porto Alegre antes de se mudar para Brasília.


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