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Timidez é desvantagem, afirma Fogaça
DA AGÊNCIA FOLHA,
EM PORTO ALEGRE
DO ENVIADO ESPECIAL
A PORTO ALEGRE
Aos 61 anos, nariz adunco, um tanto corcunda, cabelo rareando no topete e
ralo no cocuruto, José Fogaça se mantém uma alma
tolerante. Indagado sobre
se alguém notou que ele
está parecido com Woody
Allen, cujo lay-out não é
propriamente apolíneo, o
prefeito sorri diante do insulto: "Quem dera, pelo
menos de cabeça".
O riso de Fogaça é contido. Nos anos 1970, o professor que dava lições na
TV sugeria mais felicidade. No debate de quinta e
em um evento de campanha em um Centro de Tradições Gaúchas, na sexta, o
candidato à reeleição passava por homem triste.
Impressão errada?
"Trinta anos de vida pública transformam a pessoa.
Fazem mudar atitudes. A
idade também. Não sou
um homem triste, sou tímido. A timidez em política é grande desvantagem.
Mas a população dessa cidade me entende muito."
Um dos mais talentosos
compositores gaúchos,
gravado por notáveis da
MPB, compôs um ano
atrás a canção mais recente. Antes de deixar o CTG,
anteontem, um cantor interpretou "Vento Negro",
obra-prima de Fogaça.
Ao microfone, um locutor bradou: "A letra é do
compositor Fogaça". Com
determinação maior que
no seu discurso de antes,
ele disse: "Letra e música!"
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