São Paulo, quarta-feira, 05 de novembro de 2003 |
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FUTEBOL DE RESULTADOS Moradores formam "Corinthians de Casenga" para homenagear presidente Angolanos criam "timão" para Lula
DA ENVIADA ESPECIAL A ANGOLA Depois de atravessar cerca de 15 km de favelas, vários lixões e esgotos a céu aberto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez duas "embaixadas" e chutou a bola na terceira, ao ser homenageado pelo time "Corinthians Futebol Clube de Casenga", ontem, próximo a Luanda. Segundo um dos jogadores, Antero Peliganga, 20, o time só foi formado ontem, "para homenagear" Lula, que é corintiano. Casenga é uma espécie de subúrbio de Luanda e onde o Itamaraty e o Senai mantêm o ABC (Agência Brasileira de Cooperação), para formação profissional de jovens. Andrés Sanchez, diretor de futebol do Corinthians, que acompanha a comitiva brasileira, foi quem levou 20 uniformes completos do clube. O material foi doado pelo presidente corintiano, Alberto Dualib, que atendeu a um pedido do próprio Lula. Outra homenagem foi um painel de fotos incluindo duas de Lula, ainda adolescente, como estudante do Senai Roberto Simonsen, em São Bernardo. Emocionado, ele falou aos jornalistas da importância de sua formação e de seu diploma profissionalizante: "O Senai foi a porta de tudo o que aconteceu para mim depois. Se não tivesse aprendido uma profissão, eu não sei se estaria falando agora com vocês aqui". "Foi aí [mostrando as fotos] que passei os melhores momentos da minha adolescência. A partir do Senai, minha vida mudou. É o que muitos jovens não conseguem no Brasil." Ao ver uma das fotos, com colegas da época, reconheceu três: o Tomasele, o Alemão e o Professor Bibliano. Lula disse que foi bom aluno: "Fui um bom torneiro. E, depois da minha formação profissional, minha vida mudou da água para o vinho". Acrescentou que isso pode acontecer com os jovens em Angola: "Num país em desenvolvimento como este [Angola], vai ter chance de trabalhar, de escolher um emprego, de ter um salário melhor". Um repórter perguntou: "E sai um presidente?". Lula respondeu: "Deus queira que saia". Segundo Alice Abreu, coordenadora da ABC, foram investidos US$ 4 milhões no centro desde 1999, formando mil alunos por semestre nas áreas de construção civil, eletricidade, confecção, panificação, consertos de eletrodomésticos e gestão de pequenas empresas. A saúde foi uma das áreas que o Brasil prestigiou nos acordos assinados no país. Segundo o ministro Humberto Costa (Saúde), eles são para transferência de tecnologia para campanhas de prevenção à Aids e para fabricação de medicamentos genéricos para a doença. (EC) Colaborou MARÍLIA RUIZ, da Reportagem Local Texto Anterior: Terceiro mundo: Lula defende Estado duro e vê crime infiltrado até na Justiça Próximo Texto: Presidente quer banco para financiar pobres Índice |
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