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São Paulo, quarta-feira, 05 de novembro de 2003

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Presidente quer banco para financiar pobres

DA ENVIADA ESPECIAL A ANGOLA

Em entrevista ontem, em Luanda, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a criação de uma nova instituição financeira internacional para promoção do desenvolvimento de países pobres da América Latina, Ásia e África. O principal objetivo seria financiar obras de infra-estrutura.
Segundo Lula, essa instituição já começou a ser discutida por países da América do Sul, mas poderá ser ampliada também para a África, onde ele está em viagem oficial, e para o Oriente Médio, aonde deve ir em dezembro. O presidente deixou claro que a nova instituição seria uma opção ao atual Banco Mundial.
"Não podemos ficar dependendo apenas do dinheiro do Banco Mundial. Ele é importante, mas não dá para tudo. Há uma disposição política dos presidentes dos países, uma necessidade hoje expressa de que precisamos criar outras fontes de financiamento."
A nova instituição começaria a partir de uma espécie de fusão de bancos de fomento como o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), o CAF (Corporação Andina de Fomento) e o Funplata (Fundo de Desenvolvimento do Prata). Uma primeira discussão sobre isso já foi feita em Cuzco, no Peru.
Lula cobrou "urgência nas decisões dos países mais desenvolvidos em ajudar no financiamento dos mais pobres" e se disse convencido de que, "num curto espaço de tempo", haverá mais recursos internacionais para financiar a infra-estrutura deles.
Lula deu entrevista ao lado do presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, depois da assinatura de um acordo dos dois países para rastreamento das bacias petrolíferas de Angola e antes do embarque da comitiva brasileira para Maputo, em Moçambique.
Questionado por jornalistas brasileiros sobre como o Brasil poderá ajudar a financiar projetos em países africanos se não consegue recursos nem para os seus próprios projetos, Lula respondeu que "são duas coisas totalmente diferentes": "O dinheiro do BNDES não é dinheiro que você pode utilizar em políticas públicas internas do Brasil".


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