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Contrabandistas tinham facilidades
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dos primeiros crimes narrados na denúncia envolve o uso
de documentos falsos para relaxar
uma prisão em flagrante no aeroporto de Cumbica, em São Paulo.
Outro episódio no aeroporto é a
chamada "facilitação de descaminho de contrabando". Num dos
diálogos, há um telefonema de
Rocha Mattos ao agente Rodriguez, em que o juiz indaga sobre
"a prisão de "colegas" em Guarulhos". Na conversa, o juiz comenta que "não responde mais pelos
plantões da seção judiciária". Para o MPF, o juiz usava os plantões
para conceder liminares favorecendo determinados acusados.
Rodriguez é acusado de advocacia administrativa no "Caso Funcef", no qual se atribui a Rocha
Mattos ter planejado e organizado o esquema. Trata-se de inquérito policial sob jurisdição da juíza
federal Adriana Pileggi de Soveral, que tem entre os envolvidos a
Eucatex e Flávio Maluf, filho do
ex-prefeito Paulo Maluf, em que
houve direcionamento das apurações para favorecer os acusados.
Há acusação de prevaricação na
absolvição dos envolvidos no chamado "caso Split" (escândalo dos
precatórios). Nas fitas, há o diálogo entre Rocha Mattos e o delegado Bellini, comentando decisão
do juiz, que absolvera o empresário Sérgio Chiamarelli Jr. "Manda
um abraço pra ele", diz o juiz.
"Pergunta se ele gostou da decisão [a sentença que o absolveu]."
A denúncia afirma que a corrupção passiva do juiz Rocha
Mattos, "ao que tudo indica, dá-se
até nos processos fora da jurisdição". Ou seja, alcançaria processos em que atuam outros juízes.
A denúncia trata do uso, por
membros da quadrilha, de placas
reservadas da polícia em veículos
particulares de juízes e familiares.
Esse episódio envolve Rocha Mattos, os irmãos Mazloum e a juíza
Adriana Soveral, com participação do agente federal Rodriguez.
Entre os serviços da quadrilha,
há o agenciamento de escuta telefônica não autorizada judicialmente. Esse tipo de serviço foi
prestado a Casem Mazloum.
Rocha Mattos é acusado de peculato, por ter desviado objetos
apreendidos em autos processuais. Segundo o MPF, conforme
conversa captada entre o juiz e o
agente Rodriguez, "o desvio de
armas parece coisa corriqueira".
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