São Paulo, sexta-feira, 05 de novembro de 2004

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QUESTÃO MILITAR

Vice-presidente, que já havia sido cogitado para a Defesa, preferiu comentar a nomeação só depois da posse

Alencar se diz "jovem animado" com cargo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O vice-presidente José Alencar, 73, (PL-MG) afirmou ontem, pela manhã, estar "animado" com sua nomeação pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assumir o cargo de ministro da Defesa.
Ontem, ao deixar a Vice-Presidência para se encontrar com o ministro demissionário José Viegas (Defesa), Alencar disse aos jornalistas que o aguardavam na saída: "Nós, jovens, estamos sempre animados".
No final da tarde, Alencar reuniu-se com o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos da Silva Bueno. Na época da discussão do aumento para os militares, Bueno foi um dos comandantes que mais criticou o fato de o governo não tomar uma decisão sobre o assunto, inclusive por meio de nota.
Alencar, no entanto, evitou fazer comentários sobre a nomeação. Disse que só pretende falar após tomar posse: "Nós só podemos falar sobre o assunto depois da posse. Isso vocês têm de compreender. Eu estou aguardando o momento da posse para liberar qualquer coisa que tenho a dizer à imprensa. Vocês sabem que eu tenho muito respeito pela imprensa", afirmou.
Alencar convidou Viegas para almoçar na residência oficial da Vice-Presidência, o Palácio do Jaburu, onde trataram das questões mais urgentes da pasta.
Após receber a carta de demissão de Viegas, Lula começou a cogitar a ida do vice-presidente para o ministério. O nome dele já havia sido levantado em outras ocasiões, já que Viegas enfrentava desgaste nas Forças Armadas e Lula tinha a intenção de trocá-lo.
Na quinta-feira passada, o vice-presidente tinha uma agenda desde cedo em Uberlândia (MG). Atrasou o compromisso para comparecer à solenidade das Forças Armadas em Brasília. Avaliou que seria importante aceitar os convites dos militares, já que havia a possibilidade de assumir a função de Ministro da Defesa.
A ida de Alencar também satisfaz um objetivo político. Ao colocar o vice-presidente na Defesa, senador pelo PL, o governo está levando em consideração a mudança no ministério que pretendia fazer depois das eleições.
A alteração na equipe visa contemplar aliados do PT, e o PL cumpriu esse papel nas eleições ao apoiar, por exemplo, a candidatura da prefeita paulistana Marta Suplicy (PT).
Com a Defesa, o PL passará a ter dois ministérios -já ocupa atualmente a pasta dos Transportes, com Alfredo Nascimento. Assim que assumir o posto, o vice-presidente, senador por Minas Gerais, passará a despachar no Ministério da Defesa. (JULIA DUAILIBI)


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