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QUESTÃO MILITAR
Mercadante diz que recebeu telefonemas de generais elogiando a indicação; PFL acha que área é muito sensível
Aliados elogiam troca, e oposição tem medo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
No Congresso, integrantes da
base aliada ao governo consideram a indicação do vice-presidente José Alencar (PL) para o Ministério da Defesa um sinal de prestígio das Forças Armadas. Já a oposição classifica a atitude como temerária e vê no acúmulo de funções um problema institucional.
"O ministro foi a última vítima
de um relacionamento tempestuoso entre o governo e as Forças
Armadas. Vice, no Brasil, é o
substituto do presidente. Colocá-lo em uma área sensível, fica difícil", afirmou José Carlos Aleluia
(BA), líder da bancada do PFL.
O líder do governo na Câmara,
deputado Professor Luizinho
(PT-SP), rebateu: "Até marido de
governadora pode ser secretário,
por que o vice não pode ser ministro?", questionou, referindo-se a
Anthony Garotinho, secretário de
Segurança Pública do Rio.
"Vice-presidente tem uma função específica. Não é bom misturar as funções institucionais, porque senão amanhã tem reforma
ministerial e o presidente vai ter
que demitir o vice", disse o senador José Jorge (PFL-PE).
Para o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT), a
nomeação de Alencar para a Defesa "foi uma boa solução institucional e mostrou o prestígio que
as Forças Armadas tem no governo". Mercadante disse que recebeu telefonemas de generais do
Exército elogiando a indicação.
O presidente do PL, Valdemar
Costa Neto, disse que Alencar recebeu a missão de "resolver o problema das Forças Armadas". Segundo o deputado, o partido não
terá influência sobre o ministério.
"Ele [Lula] deu uma missão para o José Alencar, resolver o problema das Forças Armadas. Não
vamos poder nomear ninguém
no ministério", disse Costa Neto.
Uma das legendas que reivindicou o ministério foi o PMDB, no
caso de Alencar ser apenas interino. "Quero crer que essa vaga e
até outras que surgirem possam
ser usadas para consolidar a base
aliada. O PMDB tem nomes de A
a Z com perfil para ocupar o cargo", disse o líder da bancada na
Câmara, José Borba (PR).
Um dos deputados que mais fala em nome dos militares, Jair
Bolsonaro (PTB-RJ), elogiou o
trabalho de Viegas: "Lamento
apenas a nota que ele fez ao sair,
em que chuta aqueles que comandou para ficar bem no posto que
vai assumir daqui em diante".
O presidente do PFL, senador
Jorge Bornhausen (SC), não vê
"problema quanto à indicação
para o Ministério da Defesa".
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