|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CAMPO MINADO
Movimento vai protestar contra a política econômica do governo
MST fará manifestações no dia 25
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
Trabalhadores rurais ligados a
42 entidades de apoio à categoria
vão realizar no próximo dia 25
manifestações de protesto contra
a política econômica do governo,
nas capitais e em Brasília. O anúncio foi feito ontem em Recife (PE)
pelo coordenador nacional do
MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) João Pedro Stedile.
Segundo ele, o maior ato ocorrerá em Brasília, onde as entidades esperam reunir dez mil lavradores em frente ao Ministério da
Fazenda ou Banco Central.
As manifestações deverão ser
precedidas por uma nova onda de
invasões rurais. O "novembro
vermelho", como vem sendo chamada -a mobilização em alusão
à série de invasões ocorridas há
seis meses, batizada de "abril vermelho"- deve começar na próxima semana.
Não há previsão de quantas
propriedades poderão ser tomadas. Em abril, 109 áreas foram invadidas em todo o país, sendo 23
delas em Pernambuco, Estado
com o maior número de ações.
São Paulo ficou em segundo lugar, com 14 fazendas tomadas.
"[As invasões] fazem parte das
atividades [do MST], onde cada
Estado tem a sua autonomia",
disse. "Onde houver sem-terra e
latifúndios próximos, evidentemente nossos companheiros estarão em permanente preparação
para pressionar pela realização da
reforma agrária", declarou.
Em Recife, onde participou de
um debate na 2ª Semana da Cultura e da Reforma Agrária, do
MST, Stedile voltou a atacar a política agrária do governo e os
grandes produtores.
"Não há reforma agrária no
país, só uma política pontual de
assentamentos que não altera o
processo de concentração de propriedades e latifúndios", afirmou.
"No Brasil, o grande fazendeiro é
um gigolô da terra, porque só tem
um objetivo: explorar em troca de
dólares", declarou.
Texto Anterior: Toda mídia - Nelson de Sá: Bush e o sul Próximo Texto: Investigação: PF prende ex-senador por fraude em licitação Índice
|