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SOMBRA NO PLANALTO
Segundo advogados, empresário está sendo ameaçado de morte após denúncia de suposta extorsão
Cachoeira pede para não depor no Rio
TALITA FIGUEIREDO
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O empresário de jogos Carlos
Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, representado por seus
advogados, pediu ontem para não
depor no Ministério Público do
Rio porque estaria sendo ameaçado de morte, depois das reportagens publicadas nas últimas duas
semanas pela revista "Veja".
Os advogados afirmaram que
entregaram um pedido de proteção policial para o empresário, no
Ministério da Justiça. Eles ainda
aguardam resposta do ministério.
Os advogados Marcelo Borges e
Jeová Júnior estiveram ontem no
gabinete da promotora Dora Beatriz da Costa e garantiram que
Carlinhos Cachoeira "está à disposição" dela, mas que eles não
acham "conveniente" que o empresário venha ao Rio, "porque
está sendo ameaçado".
De acordo com Borges, os telefonemas, que foram feitos a pessoas ligadas ao empresário, entre
eles familiares, começaram depois da publicação das reportagens na "Veja".
A promotora afirmou que não
abrirá mão de colher o depoimento de Cachoeira no Rio. Ela disse
que abrirá investigação para apurar as supostas tentativas de extorsão de Cachoeira por parlamentares cariocas.
Nos dois últimos fins de semana, a revista "Veja" publicou
transcrições de conversas de um
interlocutor de Cachoeira com
parlamentares que supostamente
queriam extorquir o empresário
para que a CPI da Alerj (Assembléia Legislativa do Rio), que investigou corrupção na Loterj (Loteria do Estado do Rio de Janeiro),
não sugerisse que ele fosse preso.
Na primeira semana, a reportagem mostrou que o deputado federal André Luiz (PMDB) teria
pedido a Cachoeira R$ 4 milhões,
segundo a reportagem de "Veja".
Dias depois, os deputados votaram a favor do relatório da CPI,
que pedia a prisão de Cachoeira e
de Waldomiro Diniz -que foi
presidente da Loterj entre fevereiro de 2001 e dezembro de 2002.
Depois, ele foi assessor-chefe da
Casa Civil.
No último fim de semana, as
gravações mostrariam conversas
com o deputado estadual e presidente da CPI, Alessandro Calazans (PV).
Os dois parlamentares negaram
que tivessem pedido dinheiro ao
empresário.
"A primeira ameaça que ele
[Cachoeira] recebeu dizia que, se
ele não entregasse as fitas, seria
preso porque o Ministério Público já teria pedido sua prisão à Justiça. Ele também já foi ameaçado
de morte", afirmou a promotora.
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