São Paulo, quarta-feira, 05 de novembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

outro lado

Advogado diz que acusação é uma "aberração"

DA REPORTAGEM LOCAL

O advogado Mario Covas Neto diz que a acusação contra ele é uma aberração. Filho do governador Mario Covas (PSDB), morto em 2001, Zuzinha afirma estranhar o fato de o pedido de quebra de sigilo acontecer mais de 12 anos depois de o suposto prejuízo ter sido causado aos cofres públicos.
"O Ministério Público está agindo de má-fé. Se realmente tivesse um interesse público, teria entrado com uma ação há 12 anos. Ao oferecer a ação hoje, mostra que está a serviço de pessoas que querem me prejudicar", afirmou o advogado.
Zuzinha relaciona a quebra a uma ação que moveu contra o ex-deputado Afanázio Jazadji por calúnia e difamação.
"Depois que a CDHU, a Corregedoria do Estado e a Assembléia Legislativa analisaram a "denúncia" levantada pelo deputado e concluíram não existir nada contra mim, ingressei com uma ação contra o parlamentar. Coincidentemente, neste ano, quando ganhei em primeira instância, vem esse pedido de quebra de sigilo".
O filho do governador afirma que, à época dos fatos, já tinha seu próprio escritório de advocacia. "Nunca atuei em nome do governo nem dessas empresas. O fato de eu conhecer os empresários, de ser amigo deles, de um deles ser meu padrinho de casamento, não significa nada. Você pode ser responsável por seus padrinhos de casamento? Eu não posso. Na verdade, essa investigação é um monte de suposições, um absurdo", afirma.
Zuzinha diz ainda que, desde que a investigação foi aberta pelo Ministério Público, nunca foi chamado para prestar qualquer esclarecimento.
"Depois, o Ministério Público pede a quebra do sigilo bancário de todas as minhas operações, acima de R$ 100, entre 1995 e 2000. Por quê isso? Só pode ser para transformar a minha vida privada em pública. Não há um interesse real em elucidar esse caso."
O advogado diz que irá recorrer novamente ao Tribunal de Justiça para barrar o pedido de quebra de sigilo fiscal. "A única coisa que querem fazer é expor a minha vida pública à imprensa, e isso não vou admitir."
Procurada pela Folha, a assessoria de imprensa da Gocil Serviços de Vigilância e Segurança Ltda não respondeu os recados deixados pela reportagem. A assessoria da Power Serviços de Segurança e Vigilância Ltda até o fechamento dessa edição não havia respondido aos questionamentos que, a pedido da própria empresa, foram enviados por e-mail.
O ex-diretor da CDHU Goro Hama não foi localizado ontem em seu escritório. Um dos advogados que defendem Hama em outras ações disse que esse processo não está sob sua responsabilidade. Nem Ruy Mendes Júnior nem o advogado dele foram encontrados ontem.


Texto Anterior: Frases
Próximo Texto: Juiz não deve seguir "batismos" da PF, diz CNJ
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.