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outro lado
Advogado diz que acusação é uma "aberração"
DA REPORTAGEM LOCAL
O advogado Mario Covas Neto diz que a acusação contra ele
é uma aberração. Filho do governador Mario Covas (PSDB),
morto em 2001, Zuzinha afirma estranhar o fato de o pedido
de quebra de sigilo acontecer
mais de 12 anos depois de o suposto prejuízo ter sido causado
aos cofres públicos.
"O Ministério Público está
agindo de má-fé. Se realmente
tivesse um interesse público,
teria entrado com uma ação há
12 anos. Ao oferecer a ação hoje, mostra que está a serviço de
pessoas que querem me prejudicar", afirmou o advogado.
Zuzinha relaciona a quebra a
uma ação que moveu contra o
ex-deputado Afanázio Jazadji
por calúnia e difamação.
"Depois que a CDHU, a Corregedoria do Estado e a Assembléia Legislativa analisaram a
"denúncia" levantada pelo deputado e concluíram não existir nada contra mim, ingressei
com uma ação contra o parlamentar. Coincidentemente,
neste ano, quando ganhei em
primeira instância, vem esse
pedido de quebra de sigilo".
O filho do governador afirma
que, à época dos fatos, já tinha
seu próprio escritório de advocacia. "Nunca atuei em nome
do governo nem dessas empresas. O fato de eu conhecer os
empresários, de ser amigo deles, de um deles ser meu padrinho de casamento, não significa nada. Você pode ser responsável por seus padrinhos de casamento? Eu não posso. Na
verdade, essa investigação é um
monte de suposições, um absurdo", afirma.
Zuzinha diz ainda que, desde
que a investigação foi aberta
pelo Ministério Público, nunca
foi chamado para prestar qualquer esclarecimento.
"Depois, o Ministério Público pede a quebra do sigilo bancário de todas as minhas operações, acima de R$ 100, entre
1995 e 2000. Por quê isso? Só
pode ser para transformar a
minha vida privada em pública.
Não há um interesse real em
elucidar esse caso."
O advogado diz que irá recorrer novamente ao Tribunal de
Justiça para barrar o pedido de
quebra de sigilo fiscal. "A única
coisa que querem fazer é expor
a minha vida pública à imprensa, e isso não vou admitir."
Procurada pela Folha, a assessoria de imprensa da Gocil
Serviços de Vigilância e Segurança Ltda não respondeu os
recados deixados pela reportagem. A assessoria da Power
Serviços de Segurança e Vigilância Ltda até o fechamento
dessa edição não havia respondido aos questionamentos que,
a pedido da própria empresa,
foram enviados por e-mail.
O ex-diretor da CDHU Goro
Hama não foi localizado ontem
em seu escritório. Um dos advogados que defendem Hama
em outras ações disse que esse
processo não está sob sua responsabilidade. Nem Ruy Mendes Júnior nem o advogado dele foram encontrados ontem.
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