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Deputado é condenado a 26 anos de prisão
Ex-presidente da Assembléia de RO e outros 12 eram investigados por fraudes em licitação; cabe recurso
MATHEUS PICHONELLI
DA AGÊNCIA FOLHA
José Carlos de Oliveira, ex-deputado estadual pelo PSL de
Rondônia, foi condenado a 26
anos de prisão por supostas
práticas de peculato (crime
contra a administração pública) e de fraudes em licitação no
período em que presidiu a Assembléia Legislativa do Estado,
entre 2003 e 2006.
Outras 12 pessoas investigadas pela Polícia Federal -entre
elas, um irmão e um cunhado
de Oliveira- foram condenadas pelo juiz Valdeci Castellar
Citon, da 2ª Vara Criminal de
Porto Velho. Os réus podem recorrer da sentença. Carlão, como é chamado o ex-deputado, é
apontado como líder do grupo.
As suspeitas vieram à tona
em maio de 2005.
Na época, fitas gravadas pelo
governador de Rondônia, Ivo
Cassol (sem partido), mostravam deputados estaduais aparentemente exigindo dele vantagens econômicas em troca de apoio político na Assembléia.
As apurações feitas pelos
agentes federais deram origem
à Operação Dominó, que, em
2006, levou à prisão integrantes dos três Poderes do Estado
por supostos desvios públicos.
A ação, julgada no último dia
3, concentrou-se nas suspeitas
sobre o grupo acusado de desviar dinheiro em processos licitatórios para fornecimento de
bens, serviços e obras à Assembléia. Carlão é acusado em outras duas ações por supostamente exigir, com outros deputados, vantagens indevidas ao
governador, e por suspeitas de
desvio no pagamento de servidores comissionados em benefício de deputados.
O grupo julgado nesta semana controlava, segundo a denúncia, o setor administrativo
e a comissão de licitação da Assembléia. Os pagamentos, de
acordo com a ação, eram feitos
sem comprovação de despesa.
Antonio Spegiorin Tavares,
proprietário de uma das empresas investigadas, a Rondoforms Indústria Gráfica, que
prestou serviços para a campanha de Carlão a deputado estadual, em 2002, é suspeito de receber pagamentos referentes a
dívidas da campanha com recursos da Assembléia.
O prejuízo, segundo o juiz,
chegou a R$ 1,1 milhão entre
abril de 2003 a maio de 2005.
A Folha tentou entrar em
contato com Spegiorin, condenado na ação, mas a direção da
sua empresa informou que ele
estava em viagem e que a sua
defesa está nos autos. A reportagem deixou recado para o advogado de Carlão, Bruno Rodrigues, mas ele não ligou de
volta até o início da noite.
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