São Paulo, quinta-feira, 05 de novembro de 2009

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Painel

SILVIO NAVARRO (interino) - painel@uol.com.br

Margem de manobra

Enquanto articulava para que a "emenda Paulo Paim" não fosse votada ontem na Câmara, o governo tentou convencer dissidentes da base aliada de que a aprovação do projeto que vincula o reajuste dos aposentados ao mesmo dado ao salário mínimo será o pior cenário para a classe. O argumento é que, além de vetar o reajuste, o Planalto não topará mais sentar para negociar um novo acordo com as centrais sindicais. Ou seja, se forem adiante, os representantes dos aposentados correm o risco de sequer obter o aumento já combinado, de 2,5% acima da inflação.
Relator do Orçamento de 2010, o deputado Geraldo Magela (PT-DF) recebeu aval do governo para incluir previsão de gasto de R$ 4 bi para essa finalidade.



Pole. No texto em que defende o fim do foro privilegiado para julgamento de autoridades, o deputado Regis de Oliveira (PSC-SP) relata uma pesquisa própria que fez no STF para levantar quem são os congressistas investigados ou processados. Em sua conta, Paulo Maluf (PP-SP) é o líder, com 47 vezes.

Cerco. A oposição emplacou na Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara convite para que o presidente da Fenae Corretora, Pedro Beneduzzi Leite, explique o "quase monopólio" da entidade. Ligada à CUT, a Fenae é a maior negociadora de seguros de entrega de obras do Minha Casa, Minha Vida.

Prioridades. Antes do início da leitura do relatório do ministro Joaquim Barbosa sobre o valerioduto mineiro, os membros do tribunal acertaram que pediriam vistas. O motivo é a preocupação em referendar o mais rápido possível o próximo item da pauta, a liminar de Cármen Lúcia contra a criação de 7.700 vagas de vereadores no país.

Debutante. Ao contrário de outros ministros que recorrem à internet em dias de votos muito longos, o estreante no Supremo José Antonio Dias Toffoli não tirou os olhos do relator, Joaquim Barbosa, na sessão de ontem.

Anéis. Amicíssimo de José Serra (PSDB), o ministro Nelson Jobim (Defesa) deve mesmo deixar o governo Lula no início do ano que vem.

Pesos... Depois de jantar com Dilma Rousseff e almoçar com tucanos, o presidente do PP, Francisco Dornelles (RJ), resolveu atacar a proposta do governo para o pré-sal: "No projeto de partilha dos royalties, os poderes do Executivo são tão grandes que deveria ser adicionado um artigo estabelecendo que o Palácio do Planalto passe a se chamar Palácio Miraflores".

...e medidas. A comparação com o governo Hugo Chávez é motivada pelo lobby regional do Rio para ter direito a uma fatia maior dos royalties. Quando o assunto é a sucessão presidencial, Dornelles diz que o PP ainda não decidiu se apoiará Dilma ou o PSDB.

Cláusula. Deputados peemedebistas que se reuniram ontem com o PT disseram ter recebido a promessa do presidente da sigla, Ricardo Berzoini (SP), de que os aliados serão ouvidos na preparação da agenda eleitoral de Dilma.

Boné. O "Diário Oficial da União" publicou ontem a exoneração, a pedido, de Renato Lobão Ferreira. Parente distante do ministro Edison Lobão (Minas e Energia), ele havia sido nomeado por ato secreto do Senado.

Marketing. Com um mês de Senado, Osvaldo Sobrinho (PTB-MT), suplente de Jayme Campos (DEM), já declarou gasto de R$ 12 mil com "divulgação do mandato".

Visita à Folha. Eduardo Cury (PSDB), prefeito de São José dos Campos, visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Carlos Eduardo Santana, chefe de gabinete, e Felicio Ramuth, assessor.

com LETÍCIA SANDER e RANIER BRAGON

Tiroteio
"A inveja "demo-tucana" é diretamente proporcional ao crescimento do PIB."


Do deputado FERNANDO MARRONI (PT-RS), sobre a revisão feita pelo IBGE do crescimento da economia em 2007, saltando de 5,7% para 6,1%, o maior índice em mais de 20 anos.

Contraponto

Vista panorâmica

O novo coordenador político do governo, Alexandre Padilha (Relações Institucionais), jantava com congressistas, na terça, quando foi questionado sobre como era integrar o primeiro escalão do governo.
-A Praça dos Três Poderes é o termômetro-, disse.
Os presentes reagiram intrigados, ao que o ministro tratou de concluir o raciocínio:
-Quando tem um pipoqueiro por lá, a gente se preocupa. Agora, quando tem pipoqueiros, vendedores, sorveteiros, aí a preocupação é grande...
A praça é ponto de concentração de protestos.


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