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Polícia acusa 12 empresas por fraudes em licitações
Segundo delegado, cartel se revezava para ganhar obras
JOÃO PAULO GONDIM
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
Um esquema de fraudes em
licitações públicas estaduais e
municipais, cujos valores projetados inicialmente nos contratos são da ordem de R$ 100
milhões desde 2008, foi alvo de
operação da Polícia Civil, que
fez apreensão de computadores e documentos em 12 empresas no Estado do Rio.
O lucro auferido com superfaturamento está calculado numa faixa mínima de R$ 10 milhões a R$ 20 milhões, de acordo com os investigadores.
"Essa quadrilha já estava se
articulando para fraudar licitações de obras da Copa de 2014 e
da Olimpíada de 2016", afirmou o delegado Flávio Porto,
baseado em escutas telefônicas
autorizadas pelo Justiça. Ele
coordena o Núcleo de Combate
à Corrupção e Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil, criado
há um ano em convênio com o
Ministério da Justiça.
Segundo a polícia, 12 empresas -nenhuma de grande porte, sendo cinco delas de fachada- formaram, há no mínimo
três anos, um cartel e se revezavam para ganhar licitações de
obras em órgãos estaduais e
municipais, como a própria sede da Polícia Civil.
"Os empreiteiros do grupo
criminoso corrompiam o sistema. Eles davam dinheiro para
fiscais de obras e engenheiros
inviabilizarem as atividades
dos empresários honestos, que,
assim, iam à falência", disse o
delegado.
Para calcular o poder real da
quadrilha, a polícia deflagrou a
Operação Monopólio, cuja primeira etapa -coleta de evidências da orquestração- resultou
ontem no cumprimento de 30
mandados de busca e apreensão nos municípios do Rio, Niterói, Maricá e Miguel Pereira.
Cerca de 120 policiais de 28 delegacias distritais e especializadas participaram da operação.
Ao menos 12 pessoas devem
ser indiciadas por crimes contra a administração pública,
contra a lei de licitações, formação de quadrilha e corrupção ativa e passiva. A polícia
confirmou o envolvimento de
servidores públicos.
O delegado negocia com os
suspeitos a chamada delação
premiada, na qual dariam detalhes do esquema em troca de
atenuação das penas.
A operação surgiu no ano
passado, após suspeita em uma
obra de reforma da 51ª Delegacia de Polícia, em Paracambi,
na Baixada Fluminense.
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