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MST é acusado de depredar propriedade de Dantas no PA
Movimento nega acusação; governo envia PM à região
RODRIGO VIZEU
DA AGÊNCIA FOLHA
A Agropecuária Santa Bárbara, que tem como sócio o banqueiro Daniel Dantas, acusou
ontem integrantes do MST
(Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) de praticarem atos de destruição na fazenda Maria Bonita, em Eldorado do Carajás, no sul do Pará.
A propriedade foi invadida pelo
movimento em julho de 2008.
A Santa Bárbara diz que os
invasores destruíram casas de
funcionários, queimaram tratores e currais e mataram 28
bois da fazenda, que tem 3.600
hectares e cerca de 20 mil cabeças de gado. Ainda segundo a
Santa Bárbara, após o incidente, ocorrido na madrugada de
ontem, um monomotor da empresa foi usado para retirar famílias de funcionários do local.
Em uma das viagens, o avião
caiu após decolar com oito pessoas a bordo, sendo quatro
crianças. Todos sobreviveram e
não correm risco de morte.
O governo do Pará disse que
policiais da Delegacia Especial
de Crimes Agrários estão na fazenda para investigar a autoria
dos ataques. Tropas da Polícia
Militar de Belém e de Marabá
foram enviadas à região.
O MST disse que fez um protesto pacífico na fazenda e negou atos de violência. O movimento questionou a veracidade
das imagens de destruição divulgadas pela fazenda. "Quem
disse que essas fotos foram tiradas nesta madrugada? Quem
disse que foi o MST [o autor]?",
questionou o movimento por
meio de sua assessoria.
Parte da fazenda foi invadida
por 450 famílias do MST sob o
argumento de que se trata de
uma área grilada, de acordo
com um estudo do Instituto de
Terras do Pará -órgão fundiário estadual.
Segunda invasão
A Deca investiga um outro
caso de destruição no município de Sapucaia, a cerca de 60
km da propriedade da Santa
Bárbara. Segundo o delegado
Paulo Gaurão, houve destruição de casas de vaqueiros e currais na fazenda Rio Vermelho,
da empresa Agropecuária Rio
Vermelho.
O MST também negou ter
praticado violência no local,
alegando que realizou apenas
um ato com 250 famílias na
propriedade, parcialmente invadida pelo movimento desde
2006. Mais uma vez, os sem-terra argumentaram que a área
pertence à União.
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