São Paulo, quinta-feira, 05 de novembro de 2009

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MST é acusado de depredar propriedade de Dantas no PA

Movimento nega acusação; governo envia PM à região

RODRIGO VIZEU
DA AGÊNCIA FOLHA

A Agropecuária Santa Bárbara, que tem como sócio o banqueiro Daniel Dantas, acusou ontem integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) de praticarem atos de destruição na fazenda Maria Bonita, em Eldorado do Carajás, no sul do Pará. A propriedade foi invadida pelo movimento em julho de 2008.
A Santa Bárbara diz que os invasores destruíram casas de funcionários, queimaram tratores e currais e mataram 28 bois da fazenda, que tem 3.600 hectares e cerca de 20 mil cabeças de gado. Ainda segundo a Santa Bárbara, após o incidente, ocorrido na madrugada de ontem, um monomotor da empresa foi usado para retirar famílias de funcionários do local.
Em uma das viagens, o avião caiu após decolar com oito pessoas a bordo, sendo quatro crianças. Todos sobreviveram e não correm risco de morte.
O governo do Pará disse que policiais da Delegacia Especial de Crimes Agrários estão na fazenda para investigar a autoria dos ataques. Tropas da Polícia Militar de Belém e de Marabá foram enviadas à região.
O MST disse que fez um protesto pacífico na fazenda e negou atos de violência. O movimento questionou a veracidade das imagens de destruição divulgadas pela fazenda. "Quem disse que essas fotos foram tiradas nesta madrugada? Quem disse que foi o MST [o autor]?", questionou o movimento por meio de sua assessoria.
Parte da fazenda foi invadida por 450 famílias do MST sob o argumento de que se trata de uma área grilada, de acordo com um estudo do Instituto de Terras do Pará -órgão fundiário estadual.

Segunda invasão
A Deca investiga um outro caso de destruição no município de Sapucaia, a cerca de 60 km da propriedade da Santa Bárbara. Segundo o delegado Paulo Gaurão, houve destruição de casas de vaqueiros e currais na fazenda Rio Vermelho, da empresa Agropecuária Rio Vermelho.
O MST também negou ter praticado violência no local, alegando que realizou apenas um ato com 250 famílias na propriedade, parcialmente invadida pelo movimento desde 2006. Mais uma vez, os sem-terra argumentaram que a área pertence à União.


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