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São Paulo, sexta-feira, 05 de dezembro de 2003

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SÃO PAULO

Tucano diz que ministros agem para prejudicar o Estado governado por ele

Alckmin vê partidarização de ministério

RAFAEL CARIELLO
DA REPORTAGEM LOCAL

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) acusou o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva -particularmente os ministros petistas- de "partidarização", agindo para prejudicar São Paulo, Estado que ele, tucano, governa.
"Cada vez fico mais decepcionado. O que se vê é a partidarização, é a ação partidária. Toda semana vem um ministro falar mal de São Paulo e cortar dinheiro, cortar recursos do Estado", disse o governador, reagindo a declarações do ministro Cristovam Buarque (Educação). Anteontem, em Brasília, ao divulgar o Mapa da Exclusão Educacional, Cristovam disse: "Não é possível que São Paulo seja o primeiro Estado em crianças fora da escola. É uma vergonha quando comparado a outros países ricos. Estados e cidades ricas precisam sair na frente".
Alckmin fez questão de dizer que a "partidarização" não se restringia a Cristovam. "Essa coisa do ministro da Educação é deplorável. Aliás, não é um ministro só. São vários."
"São Paulo tem 99,8% dos alunos de 7 a 14 anos no ensino fundamental. A média nacional é de 97%. No ensino médio, temos 95%, enquanto o Brasil tem 84%."
Alckmin exemplificou o corte de recursos, citando a paralisação de duas escolas técnicas no Estado "porque a verba do Ministério da Educação foi cortada".
E atacou outro integrante da cúpula petista do governo: "O [ministro] Nilmário Miranda [Secretaria Especial dos Direitos Humanos] fez a mesma coisa na semana passada. Vem aqui, fala mal e corta a verba. A Febem não recebeu um centavo federal".
Insinuou que o motivo de fundo da suposta ação partidarizada do governo Lula possa estar na disputa eleitoral do ano que vem: "Falam do Estado, mas não falam que a prefeitura tem 200 mil crianças fora da pré-escola".
Anteontem, os números da educação na cidade e no Estado de São Paulo já haviam servido de pretexto para uma prévia da disputa que será travada entre petistas e tucanos pela sucessão da prefeita Marta Suplicy (PT-SP).
Antes de Cristovam fazer sua crítica à exclusão educacional no Estado, o secretário da Educação do governo de Alckmin, Gabriel Chalita, havia dito que considerava "vergonhoso" o desempenho da administração petista na cidade de São Paulo no que se refere à educação infantil. Chalita é apontado como pré-candidato do PSDB para as eleições municipais.


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