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Polícia goiana acusa Senado de espionagem
Polícia da Casa teria indicado agência de detetives para investigar senador tucano
ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Polícia Civil do Estado de
Goiás afirmou ontem que houve participação da Polícia do
Senado na contratação de uma
agência de detetives para fazer
uma devassa na vida do senador Marconi Perillo (PSDB-GO). O diretor-geral da polícia
goiana, Marcos Martins (nomeado para o cargo pelo próprio Perillo) enviou ofício sobre
o caso ao corregedor do Senado, Romeu Tuma (PTB-SP).
Segundo reportagem da revista "Veja", Perillo teria sido
alvo de espionagem por ter defendido a cassação do senador
Renan Calheiros (PMDB-AL),
que renunciou ontem à presidência do Senado.
O ofício enviado a Tuma contém um "informe" de três parágrafos e 12 linhas sobre as investigações da Polícia Civil sobre o caso. Segundo ele, "foi a
Polícia do Senado que indicou a
Agência Central Única de Detetives", situada em Guará 2, cidade-satélite de Brasília.
Segundo o "informe", a Central Única de Detetives teria
contratado Luzia Tanganelli
para investigar Marconi Perillo
em Goiânia. Ela seria proprietária da empresa Ágatha e Holmes Investigações, que se localiza na capital goiana. Tuma leu
o ofício logo no início da sessão
deliberativa de ontem, a mesma em que foi apreciado o pedido de cassação de Renan Calheiros. O corregedor pretende
ir à Goiânia para obter mais informações sobre o caso.
Depois da fala de Tuma, o senador Marconi Perillo pediu a
palavra e solicitou que as informações fossem adicionadas à
quinta representação por quebra de decoro contra o senador
alagoano, que tramita, desde
outubro, no Conselho de Ética.
Senadores do PSDB e do
DEM prestaram solidariedade
a Marconi. "É fundamental para esta Casa que seja feita uma
investigação. Não pode parar
qualquer suspeita", disse Tasso
Jereissati (PSDB-CE). "É preciso haver o mais profundo esclarecimento", disse José Agripino (RN), líder do DEM.
Como já feito anteontem, o
presidente interino do Senado,
Tião Viana (PT-AC), saiu em
defesa da Polícia do Senado.
"Vou insistir nisso. Confio na
Polícia do Senado", disse.
Ex-governador de Goiás
(1999-2006), Marconi Perillo
demonstrou proximidade com
a polícia civil goiana. "Os delegados estão à disposição para
prestar esclarecimentos. Só esperamos a verdade", disse.
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