São Paulo, quarta-feira, 05 de dezembro de 2007

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Polícia goiana acusa Senado de espionagem

Polícia da Casa teria indicado agência de detetives para investigar senador tucano

ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Polícia Civil do Estado de Goiás afirmou ontem que houve participação da Polícia do Senado na contratação de uma agência de detetives para fazer uma devassa na vida do senador Marconi Perillo (PSDB-GO). O diretor-geral da polícia goiana, Marcos Martins (nomeado para o cargo pelo próprio Perillo) enviou ofício sobre o caso ao corregedor do Senado, Romeu Tuma (PTB-SP).
Segundo reportagem da revista "Veja", Perillo teria sido alvo de espionagem por ter defendido a cassação do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que renunciou ontem à presidência do Senado.
O ofício enviado a Tuma contém um "informe" de três parágrafos e 12 linhas sobre as investigações da Polícia Civil sobre o caso. Segundo ele, "foi a Polícia do Senado que indicou a Agência Central Única de Detetives", situada em Guará 2, cidade-satélite de Brasília.
Segundo o "informe", a Central Única de Detetives teria contratado Luzia Tanganelli para investigar Marconi Perillo em Goiânia. Ela seria proprietária da empresa Ágatha e Holmes Investigações, que se localiza na capital goiana. Tuma leu o ofício logo no início da sessão deliberativa de ontem, a mesma em que foi apreciado o pedido de cassação de Renan Calheiros. O corregedor pretende ir à Goiânia para obter mais informações sobre o caso.
Depois da fala de Tuma, o senador Marconi Perillo pediu a palavra e solicitou que as informações fossem adicionadas à quinta representação por quebra de decoro contra o senador alagoano, que tramita, desde outubro, no Conselho de Ética.
Senadores do PSDB e do DEM prestaram solidariedade a Marconi. "É fundamental para esta Casa que seja feita uma investigação. Não pode parar qualquer suspeita", disse Tasso Jereissati (PSDB-CE). "É preciso haver o mais profundo esclarecimento", disse José Agripino (RN), líder do DEM.
Como já feito anteontem, o presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), saiu em defesa da Polícia do Senado. "Vou insistir nisso. Confio na Polícia do Senado", disse.
Ex-governador de Goiás (1999-2006), Marconi Perillo demonstrou proximidade com a polícia civil goiana. "Os delegados estão à disposição para prestar esclarecimentos. Só esperamos a verdade", disse.


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